Um dos membros da superintendência do Banco do Brasil (BB), do estado de Rondônia, está em Vilhena, nesta sexta-feira, 16, comandando uma varredura nas ações da unidade bancária relacionadas ao Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) realizadas em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).
Esta é a investigação interna conduzida pela diretoria do BB para apurar denúncias de desvio de dinheiro organizado por membros da Emater. A Polícia Federal está trabalhando no caso.
Dois servidores da Emater, no município de Colorado do Oeste, foram afastados. Em Vilhena, um também está impedido de exercer suas funções temporariamente, e no município de Chupinguaia dois servidores afastados estão sendo investigados.
O caso foi apresentado com exclusividade pelo Extra de Rondônia no dia 2 de janeiro. No município de Colorado do Oeste, um engenheiro agrônomo já foi descredenciado da Emater por acusação de envolvimento no esquema ilícito. O secretário executivo da empresa de assistência técnica rural, no estado, Luiz Gomes Furtado confirmou ao Extra de Rondônia, no início do mês de janeiro, que o caso de corrupção no Cone Sul de Rondônia é de conhecimento do órgão, e que a PF está trabalhando no caso.
A equipe de reportagem desta página eletrônica tentou contato com os superintendentes do BB pra falarem sobre o assunto, porém informaram que não têm nada a dizer. A PF ainda não concluiu as investigações. Nomes dos envolvidos no caso não foram divulgados.
COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA
O grupo que organizou o esquema de corrupção no BB recrutava pessoas em várias cidades do estado, inclusive de outras regiões, como Cuiabá (MT). Normalmente os escolhidos eram homens e mulheres envolvidos no mundo do crime, ou viciados, sem muitas perspectivas de vida.
Os participantes do esquema pediam àqueles que aceitavam ir até a agência para buscar um financiamento através do PRONAF. Esses “laranjas” apresentavam na unidade bancária uma Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAF) irregular, ou até mesmo fria, e iniciavam o processo de financiamento.
A maioria das informações inseridas nestes DAFs era de origem duvidosa, e “comprovadas” pelos servidores da Emater envolvidos no esquema. Em suma: as agências bancárias recorriam à Emater para confirmar dados. O servidor envolvido no esquema havia assinado toda a documentação, logo era ele quem atenderia à ligação, e confirmaria tudo.
Assim que o dinheiro era depositado na conta do laranja, os líderes da quadrilha recolhiam o montante e pagavam uma porcentagem à pessoa por “emprestar” o nome.
Texto: Extra de Rondônia
Foto: Ilustrativa