Kennedy é acusado de ter matado Matheus Rezende durante Réveillon
Kennedy é acusado de ter matado Matheus Rezende durante Réveillon

Os pais de Kennedy Gomes da Silva, 19 anos, acusado pela polícia de matar o adolescente Matheus Rezende, de 17 anos, durante o réveillon, estiveram na redação do Extra de Rondônia na manhã desta quinta-feira, 29 de janeiro, para comentarem a respeito do caso envolvendo o filho.

Ambos pediram para que seus nomes, e suas fotografias, não fossem registrados, pois alegam estar sofrendo ameaças. Os pais de Kennedy decidiram procurar a página eletrônica para dar a versão do filho sobre o homicídio. Ambos afirmaram que o acusado não foi o autor das facadas que tiraram a vida de Matheus Rezende.

Segundo a mãe de Kennedy, A.C.G. ele estava na festa de réveillon em companhia de dois amigos, identificados por ela como Tiaguinho, e Julio Neto. Tiaguinho e Matheus tinham uma rixa antiga. “O grupo do Matheus cercou os meninos e somente ele estava brigado com os três. Pelo que o Kennedy disse, o Matheus bateu nele e no Julio Neto. Quando eles conseguiram se levantar e perceberam o que estava acontecendo viram apenas o Matheus correndo com uma das mãos no pescoço”, relatou a genitora de Kennedy.

Ainda segundo ela, Julio Neto chegou a desmaiar em decorrência da surra que recebeu, e foi socorrido por pessoas que também estavam na festa. “O Kennedy estava no chão no momento da facada. Ele nunca usou arma e garantiu que o autor das facadas foi o amigo Tiaguinho”, relata a mãe.  Tiaguinho foi levado embora da cidade pela família, segundo os pais do acusado.

O pai de Kennedy, C.A. P. disse que ele não irá se apresentar à polícia enquanto o habeas corpus não lhe for garantido. “Primeiramente ele não cometeu esse crime. E as ameaças que estamos recebendo também envolve a apresentação do Kennedy à polícia. Nos disseram que irão mata-lo, e estamos fazendo de tudo para defende-lo”, relatou.

Os pais de Kennedy contaram, ainda, que depois do homicídio estão passando por dificuldades. “Minha filha mais nova não foi matriculada na escola ainda. Estamos com medo dessas ameaças, e tememos por sua segurança”, contou a matriarca da família. O irmão mais velho de Kennedy também foi obrigado a abandonar o emprego. Segundo seus pais, ele estava trabalhando em um escritório de contabilidade, e utilizando a moto do irmão depois do homicídio. “Ele foi parado na rua por pessoas que reconheceram a moto, e queria vingar a morte do Matheus”, conta a mãe.

A família está se desfazendo dos bens adquiridos ao longo dos anos por conta do problema. A residência onde moravam foi abandonada, todos estão vivendo com ajuda de parentes, e nenhum está trabalhando. “Nossa situação está cada dia mais difícil. Estamos todos entocados dentro de uma casa, olhando um pra cara do outro sem trabalho, e sem saber o que fazer”, relata a mãe de Kennedy.

O pai acredita que a as testemunhas do caso são, segundo ele, todas do lado de lá. “Só temos uma testemunha que garante que não foi o Kennedy o autor das facadas. O resto são todos amigos do Matheus”, conta.

Ele disse, ainda, que depois da briga Kennedy saiu correndo do local temendo ser alvo de novos ataques. “Alguns amigos do Matheus correram atrás dele e conseguiram segurá-lo. Eles ergueram sua camisa, e só o liberaram porque viram que ele não estava armado”, relata o pai.

A.C.P. mãe de Kennedy, conta que o filho não bebe, sempre foi um rapaz trabalhador, e nunca gerou problemas. “Ele nunca foi de briga. Nunca gostou disso, e sempre se manteve afastado de confusão. Ele sempre teve amizade com os meninos do bairro, mas nunca foi de sair. É uma pessoa extremamente caseira”, arrematou.

A polícia decretou a prisão de Kennedy poucos dias depois do homicídio. Os advogados de defesa do acusado estão tentando na justiça um habeas corpus (HC) para que ele possa se apresentar á polícia. O pedido de liminar do HC já foi negado pela desembargadora, Ivanira Freitosa Borges. A defesa acredita, no entanto, quando o HC for julgado efetivamente o resultado será positivo para Kennedy.

 

Texto: Extra de Rondônia

Foto: Arquivo

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