RauppO operador do esquema de corrupção da Petrobras, Fernando Soares, conhecido como “Fernando Baiano”, afirmou ao juiz Sérgio Moro nesta quarta-feira, 11, que pediu a Paulo Roberto Costa uma doação para o senador Valdir Raupp (PMDB-RO).

Baiano foi interrogado por Moro pela primeira vez desde que assinou acordo de delação premiada. A matéria foi exibida na noite desta quarta no Jornal Nacional.

O interrogatório desta quarta faz parte do processo que, além de Baiano, envolve ex-executivos da Andrade Gutierrez. Em termos de delação, o delator afirmou que recebeu cerca de R$ 3 milhões da empreiteira para ajuda-la na assinatura de contrato e aditivos com a Petrobras.

Questionado por Moro sobre se ele fazia pagamentos a políticos a pedido de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal, Baiano negou. Segundo ele, apenas recebia dinheiro destinado a Costa, e repassava para ele.

“Só teve uma vez que eu pedi uma doação para o Paulo, para um parlamentar do PMDB. O Paulo disse que ia cuidar disso. Eu também fiquei sabendo posteriormente que esse valor, essa doação, tinha sido feita e eu fiquei sabendo que foi feita oficialmente. E que quem tinha operacionalizado isso tinha sido o Youssef. Isso foi o próprio Youssef quem me falou”, disse Baiano.

Perguntado sobre quem seria o parlamentar, Baiano afirmou ser o senador Valdir Raupp. Em depoimento de delação premiada, o doleiro Alberto Youssef afirmou que operacionalizou o pagamento de R$ 500 mil para a campanha de Raupp ao Senado de 2010.

Segundo o doleiro, o valor teria saído da cota do PP e seria decorrente de sobrepreços em contratos da Petrobras. O senador já negou as suspeitas.

Em recurso apresentado ao STF para arquivar a investigação, ele argumentou que não há provas mínimas de que ele tenha participado de irregularidades e que tudo se baseia nas palavras de um delator suspeito e que não tem credibilidade.

Nesta quarta, 11, a assessoria de imprensa do senador Valdir Raupp afirmou que as doações da campanha eleitoral de 2010 foram destinadas ao PMDB do estado de Rondônia e estão oficialmente declaradas ao TRE e ao TSE.

A investigação está em andamento, e o Supremo Tribunal Federal prorrogou por mais 60 dias o prazo para a Polícia Federal concluir o inquérito.

No interrogatório desta quarta, Fernando Baiano admitiu que recebeu em sua conta proprina da Andrade Gutierrez a pedido de Paulo Roberto Costa.

O dinheiro, segundo o delator, era enviado para o exterior, em contas secretas. Ele nega ter tratado diretamente de propina com executivos da empreiteira, no entanto, apesar de admitido ter relações próximas com a cúpula – ele chegou a comprar uma lancha por R$ 1,5 milhão do presidente afastado da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo. Pelo acordo de delação, Fernando Baiano deve deixar a cadeia no dia 18 de novembro, quando a prisão dele completará um ano.

O delator irá cumprir prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, e só poderá sair de casa com autorização da Justiça. A Andrade Gutierrez informou que não irá se pronunciar sobre processos em andamento para não prejudicar a defesa de seus colaboradores.

Texto: Extra de Rondônia/G1

Foto: Extra de Rondônia

 

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