O padeiro Rafael Bristotti, 18, morreu na noite desta quarta-feira, 13, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Vilhena.
Segundo sua cunhada, a comunicadora Ellen Donadon, que tornou pública a história, o rapaz apresentava sintomas idênticos ao do vírus H1N1, que já fez pelo menos três vítimas fatais no município.
Segundo ela, o rapaz procurou o Hospital Regional por diversas vezes nessa semana e sempre recebia o mesmo medicamento e era orientado a voltar pra casa.
Ainda, de acordo com o relato de Ellen, o rapaz fora medicado apenas com Dipirona (remédio ‘coringa’ no HR) na segunda-feira, 11, e seu quadro clínico piorou depois que deixou o hospital.
Rafael retornou à unidade já vomitando sangue e com febre que chegava aos 40°. Na terça-feira, 12, o rapaz piorou e acabou sendo transferido para a UTI onde ficou em coma induzido até sua morte. Pelas redes sociais, Ellen publicou um laudo médico da UTI que determinava que o quadro clínico de Bristotti era gravíssimo.
A família da comunicadora fez diversas reclamações contra a direção do Regional, bem como à médica (cujo nome não informaram) que atendeu inicialmente o rapaz. Segundo ela, a morte de Rafael está associada ao caos da saúde pública municipal e à falta de empenho da direção do hospital em ao menos tentar resolver os problemas dos pacientes.
Pessoas ligadas à diretoria da casa de saúde relatam que a versão do hospital é diferente. Contradizendo o que foi apresentado pela cunhada da vítima, a diretoria diz que Rafael não foi medicado apenas com Dipirona, e que seu quadro clínico se agravou por conta do consumo excessivo de Narguilé que fez enquanto ainda passava mal. Há, segundo a direção do hospital, Raio-X do pulmão de Rafael que comprova a versão.
O hospital recolheu amostras de Rafael que serão encaminhadas para análise que confirma se ele havia contraído H1N1.
FRAGILIDADE
A morte de Rafael Bristotti é o reflexo da fragilidade em que se encontra a saúde pública do município de Vilhena, que chegou a ser referência na região. As redações de jornais recebem quase que diariamente diversos relatos de descaso e falta de medicamento para os mais diversos casos.
A prefeitura promoveu como pôde as qualidades da saúde pública, mas esqueceu-se de melhorar os pontos deficitários, que são os que mais prejudicam a população. Os deputados estaduais Luizinho Goebel (PV) e Rosangela Donadon (PMDB) estão empenhados em investir na saúde pública do Cone-sul, notadamente no município de Vilhena.
Goebel garantiu mais de R$ 1 milhão na compra de medicamentos enquanto Rosangela Donadon confirmou o envio de uma ambulância de grande porte para o maior município da região, além das ações que desenvolve na área para melhorar o setor.
A câmara de vereadores de Vilhena nunca barrou um projeto relacionado à saúde pública, e sempre favoreceu o setor da forma que pôde. O Governo Federal, por sua vez, destinou muitos milhões de reais para Vilhena com a finalidade de fortalecer a saúde pública.
Texto: Extra de Rondônia
Foto: Divulgação