O jornal “Diário da Amazônia”, de circulação estadual em Rondônia, em sua página na internet nesta quarta-feira, 23, revelou supostos detalhes do funcionamento do esquema de propinas que levou à prisão o prefeito Zé Rover (PP), o vice Jacier Dias (PSC), e vários vereadores.
Conforme o noticioso, a matéria é baseada em documentos e envolveria mais uma vereadora: a professora Valdete (PPS).
Ela, além de Maria José da Farmácia (PSDB) e Célio Batista (PP) foram os três parlamentares que restam da atual legislatura que não tiveram mandados de prisão.
O Extra de Rondônia deixa espaço às autoridades citadas ou aos seus advogados para eventuais esclarecimentos do caso.
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Como funcionava o esquema em Vilhena
Prefeito, vice e vereadores aproveitavam-se dos cargos para negociatas.
Documentos obtidos pelo Diário mostram como funcionava o esquema descoberto de pagamento e recebimento de propina na prefeitura de Vilhena, que levou à prisão o prefeito Zé Rover (PP), o vice Jacier Dias (PSC) e os vereadores José Garcia da Silva (DEM), Vanderlei Amauri Graebin (PSC), Carmozino Alves Moreira (PSDC), o presidente afastado da Câmara, Júnior Donadon (PSD) e Antônio Marco de Albuquerque (PHS), o Marcos Cabeludo. Todos estão presos após operação da Polícia Federal.
Segundo apurou o Diário, os vereadores exigiam portarias do prefeito e indicavam terceiros que repassavam o salário ao vereador que os indicou. Pelo menos quatro portarias tinham o valor de R$ 4,5 mil.
Além disso, o vice tinha uma pá carregadeira alugada para a prefeitura através da empresa Muller e Cia Ltda. e ainda recebia de R$ 2 a R$ 3 mil do aluguel do terreno do município para funcionamento das pastas da Assistência Social, Cultura e Programa Bolsa Família; e R$ 8 mil da empresa Arquimedes Serviços, repassados pelos representantes “Tavares” e “Gustavo Valmorbida”.
Aproveitando-se do cargo, Junior Donadon exigiu do proprietário da Loja Havan, Luciano Hans, R$ 300 mil para aprovação da instalação em Vilhena, mas ao final o valor ficou em R$ 80 mil, mas por pressão da mídia e recusa da empresa em pagar, o projeto foi colocado em votação. Júnior também é acusado de “armar” CPI juntamente com a vereadora Valdete contra o prefeito conseguindo extorquir cinco terrenos e R$ 7 mil, sendo R$ 20 mil para Junior, R$ 15 mil para Marta, R$ 10 mil para Valdete e o restante foi dividido com os demais vereadores, exceto Maria José.
Valdete também utilizava uma portaria de R$ 2,7 mil para pagar a uma pessoa para prestar serviços domésticos em sua residência, enquanto outra portariada recebia R$ 4,5 mil e repassava parte para a vereadora, que ainda é acusada de ter adquirido dois terrenos de forma ilícita.
Para Carmosino foram repassadas 11 placas de táxi, cada uma no valor de R$ 5 mil, para indicar as pessoas beneficiadas com o decreto lei; o vereador ainda recebia mensalmente da empresa J.C. Santis pelo próprio caminhão locado à Secretaria de Saúde e repassava R$ 2 mil a um radialista.
Por exigência dos vereadores, o proprietário do Empreendimento Jardim das Acácias para obter a aprovação doou cinco terrenos que foram postos em nomes de “laranjas” indicados por Carmosino e Vardelei Graebin. Veja mais aqui.
Texto: Diário da Amazônia
Foto: Divulgação