Com a promessa de serem rigorosamente contra os atos de nepotismo, os vereadores Rafael Maziero (PSDB) e Ronildo Macedo (PV) apresentaram, na sessão ordinária do dia 03 de abril deste ano, projeto que prevê a aplicação de normas contra esta prática em Vilhena.
No referido projeto, os parlamentares estabelecem que nenhum parente do prefeito poderá ocupar cargo comissionado em sua gestão, nem mesmo o cargo de secretária municipal de Assistência Social que seria ocupado pela primeira-dama. A lei abrange os adjuntos.
Passados quase dois meses, ao que tudo indica, o tal projeto foi engavetado, e a prática continua fazendo parte do dia-a-dia dos gestores locas.
A ex-prefeita Rosani Donadon (MDB) nomeou irmãos, cunhados, primos, entre outros familiares, na prefeitura, o que rendeu reportagem no Jornal Folha de São Paulo. Leia AQUI
A mesma linha de raciocínio foi seguida pelo vereador-presidente Adilson de Oliveira (PSDB), desde que assumiu o cargo de prefeito-tampão, no dia 28 de abril. Ele tem a esposa, o irmão, o cunhado e outros parentes nomeados no primeiro escalão da prefeitura. Marinês Giotto de Oliveira é titular da Semas, e embolsa R$ 7.900,00 por mês. Leia AQUI
Contudo, há vereadores que também seguem esta prática, o que pode ser considerado num flagrante nepotismo cruzado.
O presidente da Câmara, Samir Ali (PSDB), tem a esposa, Karina Dobler, nomeada na prefeitura, precisamente na Secretaria Municipal de Educação.
Ela é servidora efetiva, desempenhando a função de professora de nível III. O salário base dela é de R$ 1.897,00. Mas acumula a portaria de Assessor Executivo, totalizando um salário bruto mensal chega a quase R$ 6 mil.
O salário mensal de Adilson de Oliveira é de R$ 21.780,00, e de Samir Ali R$ 10.125,00. O salário dos cargos de secretário municipal é de R$ 7.900,00.
Por sua vez, Rafael Maziero, por fazer parte da Mesa Diretora da Câmara de Vilhena, recebe R$ 10.125,00; Ronildo Macedo recebe R$ 8 mil. Todos os valores podem ser conferidos no Portal da Transparência.
Há casos de outros parentes de vereadores nomeados na prefeitura, o que está sendo apurado pelo Extra de Rondônia.
SÓ NO DISCURSO
À imprensa, após a apresentação do projeto, Rafael Maziero disse que “o objetivo é acabar com o nepotismo descarado que envergonha o Município de Vilhena” e que a função será exercida por critério de competência, desde que não sejam parentes. Macedo, por sua vez, alegou que “vive sendo cobrado por eleitores”.
Apesar dos discursos, a prática continua nas esferas do Executivo e Legislativo. O site deixa espaço às autoridades para eventuais explicações sobre o assunto.
Texto: Extra de Rondônia
Fotos: Extra de Rondônia / Divulgação