A AIDS é uma doença que atinge mais de 600 mil pessoas somente no Brasil, de acordo com dados do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
Esse número, no entanto, pode ser muito maior, pois dezenas de pessoas não fazem o teste que detecta o vírus no corpo humano, e alguns sequer sabem que são portadores da doença. Em Vilhena, por exemplo, de acordo com estudos divulgados pelo Serviço de Atendimento Especializado em HIV, Aids e Hepatite (SAE) do município, existem pelo menos cinco mil pessoas infectadas e que não sabem de suas condições. E o que é mais preocupante: a falta de cuidados durante as relações sexuais continuam em alta, mesmo com preservativos ao alcance de todos.
O estudo do SAE de Vilhena apontou mais dados preocupantes a nível de região. Os menores municípios do Cone Sul, como Colorado do Oeste, Cerejeiras, Cabixi e Chupinguaia, por exemplo, vêm registrando índices muito altos de infectados. Há dezenas de pessoas com HIV que se relacionaram com outras sem prevenção, e acabam transmitindo o vírus, e pelo fato de as cidades serem muito pequenas, o número de pessoas portadores da doença é alto, pois as redes de contato entre elas são muito próximas.
Esse número em cidades pequenas aumentou consideravelmente porque houve a chegada dos testes rápidos. O SAE cobrou, os responsáveis pelos serviços finalizaram relatórios e o resultado foi “alerta nessas regiões”. “A alternativa ainda é desconfiar de todos e exigir camisinha na hora das relações sexuais”, explica a coordenadora do órgão, Maria Zilda Golin.
Ela conta, ainda, que há pelo menos cinco anos o número de portadores de HIV no Cone Sul vem subindo consideravelmente por conta da realização dos testes. “Eles – os testes- são muito bons, pois somente identificando os portadores podemos fazer um trabalho eficaz no combate à Aids”, explica Maria Zilda Golin.
FALTA DE CONSCIENTIZAÇÃO
A responsável pelo SAE explica, ainda, que o baixo consumo de preservativo nos municípios menores também é alarmante. “As camisinhas que enviamos para estas cidades são poucas, e mesmo assim não são usadas. As pessoas não têm o hábito de se prevenir, fato que eleva os números de casos de Aids na região”, explica.
O município de Vilhena, diferentemente dos vizinhos, é o primeiro no estado no consumo de preservativos. Ainda assim é o segundo colocado no ranking de contaminados em Rondônia, e o primeiro em índices calculados de um para 1 mil, fato que deixa a cidade em 25ª no ranking nacional.
CHUPINGUAIA
Os casos mais assustadores vêm do município de Chupinguaia. De acordo com o estudo desenvolvido pelo SAE, a cidade está no topo da lista de gestantes que descobrem que são portadoras da doença. “Para que isso não aconteça é extremamente necessário a realização periódica do exame, e prevenção”, finaliza a coordenadora do órgão.
Fonte: Extra de Rondônia
Texto: Rômulo Azevedo
Foto: Rômulo Azevedo