Uma equipe de reportagem do Extra de Rondônia esteve na manhã desta quarta-feira, 19, na policlínica João Luiz, localizada na Avenida Capitão Castro, próximo ao Batalhão do Corpo de Bombeiros, em Vilhena, onde a vereadora Maria José da Farmácia (PDT) decidiu fazer uma visita surpresa, para prestar solidariedade ao médico oftalmologista, Rafael Albuquerque, que denunciou, através deste site na última terça-feira, 18, as péssimas condições de trabalho que enfrentam no local (veja mais sobre o assunto no link http://www.extraderondonia.com.br/2014/03/18/medico-ameaca-deixar-de-atender-pacientes-por-falta-de-condicoes-de-trabalho/).
O que a vereadora constatou foi um descaso total na unidade de saúde. Os profissionais que prestam serviço na policlínica João Luiz confirmaram o que foi relatado por Albuquerque, e acrescentaram que além da falta de equipamentos para atender a população, as condições físicas do prédio não oferecem o mínimo necessário para um bom procedimento médico.
Um dos médicos que conversaram com a equipe de reportagem (porém preferiu não se identificar por conta de represálias) disse que o problema vai além. “Não temos equipe de apoio, e para que o local fique limpo tanto os médicos quanto os enfermeiros são obrigados a fazer faxina semanalmente para dar condições aos usuários do sistema”, disse o profissional.
Outro médico ouvido pelo Extra de Rondônia disse que em sua sala não há pia para fazer higienização das mãos, o forro está em péssimo estado de conservação, e que já não comporta mais as fezes de pombos e ratos que há abaixo das telhas. A parte elétrica está toda danificada, o negatoscópio (aparelho para visualização de raio X) está danificado e as paredes mofadas.
A vereadora pedetista disse que ficou abismada com as condições da policlínica. “Não imaginei que estava tão ruim. Isso é uma vergonha para nossa cidade”, opina. Mulheres que moram no centro da cidade, e que precisam fazer exame preventivo, não podem contar com esse serviço na unidade de saúde. Isso porque a única mesa ginecológica não oferece mais condições de uso. “Como vamos fazer procedimentos ginecológicos sem equipamentos? Não podemos colocar as pacientes em bancos de espera para isso”, relatou o enfermeiro, Caio Mendes da Silva. O erro de projeto na reforma do local, orçada em pouco mais de R$ 150 mil é evidente. Na sala de espera, por exemplo, as unidades condensadoras do ares-condicionados dos consultórios retiram o ar quente e jogam nos pacientes, deixando o local superaquecido.
Salas em anexo da policlínica não contam com cobertura, o que mantém as paredes externas mofadas, levando a umidade para dentro da policlínica, e dificultando o atendimento médico. A situação literalmente mais nojenta, é o lixo que fica a céu aberto. Várias sacolas plásticas cheias de lixo expostas aos usuários, e animais, que podem facilmente rasgá-las e espalhar o lixo estão em várias partes, dividindo espaço com alguns caramujos.
Fonte: Extra de Rondônia
Texto: Rômulo Azevedo
Fotos: Rômulo Azevedo