Apresentando uma estabilização que oscila entre 19,70m e 19,67m, como a aferição realizada pela Agência Nacional de Águas (ANA) no início da manhã desta terça-feira (01), às 07h15.
Ontem a Defesa Civil do Estado divulgou os mais recentes dados a respeito das conseqüências da maior enchente da história de Rondônia, que afetou Capital e mais cinco municípios (Candeias do Jamari, Guajará-Mirim, Nova Mamoré, Jaru e Costa Marques).
O caso mais grave tem sido os dos municípios da região da Pérola do Mamoré, com o isolamento terrestre em Guajará e Nova Mamoré, onde no total foram contabilizadas 76 famílias desabrigadas e 631. Todas assistidas pelas administrações com apoio do Governo e auxílio da Força Nacional de Segurança e da Saúde.
No município de Costa Marques a situação é menos preocupante, com uma família desabrigada e 30 desalojadas.
Na Capital, porém, é mais complicado, em registro da Defesa Civil do Município, são 4.800 famílias desabrigadas e desalojadas, sendo que dessas 1.384 estão distribuídas em 75 abrigos públicos e 3.464 desalojadas, o que corresponde a cerca de 20 mil pessoas vítimas e afetadas pela enchente histórica.
DOENÇAS
Em Porto Velho a concentração dos órgãos de saúde e monitoramento diz respeito ao aumento de casos de doenças transmissíveis pela água e alimentos contaminados, conseqüência da cheia. Acúmulo de lixo, mistura de água pútrida de esgoto e fossas com a água que vem do rio e invade as comunidades ribeirinhas têm sido as principais causas.
A Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) já comunicou que no Estado foram diagnosticados 49 casos de leptospirose, dois casos de febre tifóide e suspeita de cólera – pelo menos duas crianças (de 2 e 5 anos de idade) no distrito de Jacy-Paraná. Vale ressaltar que de acordo com a Agevisa todas as amostras coletadas do rio Madeira são analisadas e que dos 200 tipos de vibriões, dois são causadores da cólera, por isso mesmo a demora e a comprovação do exame.
Com a cheia e muitas ruas e bairros atingidos, é comum a proliferação de peixes nessas áreas, o que tem levado populares a pescar e consumir esse pescado, sem critério de higiene do local. A conseqüência é o aumento considerável de infecções intestinais e diarréias. A agência contabilizou que no período de janeiro a fevereiro já foram registrados mais de 6.500 casos de diarréia, no mesmo período no ano passado foram pouco mais de 10 casos.
O Laboratório Central (Lacen), responsável por receber o material e providenciar os exames necessários, divulgou ontem que em relação a Febre Tifóide, em todo o Estado são 53 casos registrados, um aumento significativo em comparação ao ano passado, cerca de 500%, no mesmo período.
Para a Defesa Civil do Município infelizmente o aumento de registro na demanda de pacientes e vítimas de doenças endêmicas em conseqüência da cheia está superlotando as unidades de saúde – UPAs – e o número de leitos deve aumentar significativamente.
O Lacen divulgou também que aguarda o resultado de exames para oito suspeitas de leptospirose, até a última sexta-feira o registro era de 17 casos confirmados em Porto Velho.
Fonte: Rondoniaovivo