O presidente regional do PSDC e pré-candidato a deputado federal, Edgar Nilo Tonial, o conhecido “Edgar do Boi”, esteve em Vilhena nesta sexta-feira 25, ocasião em que visitou a redação do Extra de Rondônia e concedeu entrevista exclusiva ao site.
Na conversa com jornalistas, ele apresentou seu plano de metas para executar na Câmara dos Deputados, caso confirme a candidatura na convenção e seja eleito; comentou a situação atual de Rondônia; e falou também sobre o momento que o partido atravessa atualmente e de que forma pretende participar da campanha eleitoral.
Empresário rural, ele considera que o Estado não dá a devida atenção ao setor produtivo, em particular aos pequenos empreendedores, e afirmou que o responsável pelo setor dentro da administração Confúcio Moura, o vilhenense Evandro Padovani, está deixando muito a desejar.
Confira abaixo a entrevista:
Extra de Rondônia – Edgar, o senhor é um empresário radicado em Porto Velho, e pode vir a ser um candidato que representa a capital. Porque um eleitor de Vilhena, por exemplo, deveria votar no senhor ao invés de escolher um postulante daqui.
Edgar do Boi – Em primeiro lugar é preciso dimensionar corretamente a abrangência das funções de um deputado federal, que é eleito para representar o povo do Estado inteiro, e não de uma ou outra cidade ou região. Afinal, são apenas oito vagas e nós temos 52 municípios, então não dá para cada cidade contar com um representante exclusivo. A argumentação que tenho usado fora de meu domicílio eleitoral é a de que eu tenho um projeto exeqüível e que contempla Rondônia como um todo, focado principalmente no desenvolvimento do agronegócio, dando prioridade ao pequeno produtor, que hoje se encontra desassistido. Os empreendedores de pequeno porte estão presentes no Estado todo, e são a enorme maioria entre os que investem no setor, por isso tenho convicção que as propostas que apresentarei ao povo de Rondônia terão impacto positivo para todos.
Extra – O senhor é um empresário bem sucedido e engenheiro por profissão. Qual é sua experiência no setor público?
Edgar – No governo Ivo Cassol comandei por determinado período a EMATER e depois o DEVOP (atual DER), na ocasião em que foi implantado em Rondônia o projeto “Luz Para Todos”, do governo federal, o qual acredito ter sido um dos mais importantes para o setor produtivo, pois energia elétrica não é luxo, mas sim um elemento indispensável para o desenvolvimento. Na EMATER demos suporte aos pequenos produtores, com ações como a distribuição de calcário e sementes. Já no desenvolvimento do programa “Luz Para Todos”, que é uma parceria entre o governo federal e o Estado, quando assumi havia 7 mil ponto instalados na área rural, e em minha saída este número havia saltado para 25 mil, com outros 27 licitados para execução.
Extra – O que o senhor achou da experiência, comparando o gerenciamento privado com o público?
Edgar – Muito boa, pois compreendo melhor agora os mecanismos de gerenciamento dos governos, onde a questão política interfere negativamente nas gestões. Pessoas assumem funções para as quais não estão preparadas graças a apadrinhamento político, e não dão ouvidos aos técnicos, criando com isso problemas na execução de ações. É uma realidade que precisa ser mudada, e como deputado federal vou bater firme nesta questão.
Extra – O senhor afirma ser um candidato que defende a expansão do agronegócio e tem experiência com a questão de energia. Nesta campanha, assim como já aconteceu em outras disputas eleitorais, é bem provável que se fale muito acerca da industrialização do Estado. Porém, aqui no Cone Sul, por exemplo, bastam cinco minutos de chuva com raios para que o sistema de distribuição “caia”, deixando todos sem energia. Sob esse aspecto nós podemos dizer que temos um sistema de fornecimento adequado para projetos deste tipo?
Edgar – Rondônia tem problemas pontuais de distribuição, inclusive aqui no Cone Sul. Mas eu tenho convicção que somos auto-suficientes em energia, e com as correções necessárias estaremos aptos a investir na industrialização. Entretanto, governantes e população não podem se deixar levar por projetos e propostas mirabolantes. Temos que investir de acordo com o que somos capazes de produzir, agregando valor aos nossos produtos. Por exemplo, indústrias de manufatura de couro, que hoje é comercializado in natura a outros estados, quando poderia ser industrializado aqui mesmo.
Extra – O que o senhor acha da política desenvolvida para o setor produtivo, através da secretaria de Estado da Agricultura, pelo atual governo?
Edgar – Mas Rondônia tem secretário de agricultura? Nós temos aqui organismos que atuem de forma adequada para fomentar o setor? Como empresário da área posso afirmar que não. Estamos parados no tempo, e os produtores, principalmente os pequenos, se encontram totalmente desassistidos. Faltam programas e ações que alavanquem o setor, que é o principal motor da nossa economia. É preciso uma mudança drástica nesta situação, senão continuaremos a regredir.
Extra – Então o senhor acredita que Rondônia parou no tempo no que diz respeito ao desenvolvimento?
Edgar – Pior que isso, retrocedemos e muito. Só para ficar num exemplo, nosso rebanho é o mesmo de dez anos atrás e os frigoríficos trabalham muito abaixo de sua capacidade produtiva. Precisamos urgentemente de políticas públicas que fomentem os setor produtivo e com isso elevem a arrecadação, a fim de termos recursos para atender as demandas do Estado.
Extra – O governo federal investe no Estado de forma coerente e justa como relação a outras regiões do país?
Edgar – Apesar da quantidade de dinheiro que a União nos repassa, somos injustiçados em algumas situações. É o caso, por exemplo, da distribuição de verbas da SUFRAMA, que deveria ser repartida entre os estados do Norte, no entanto ficam retidas em Brasília para cobrir o déficit interno brasileiro. Os governadores, que tem assento no Conselho do órgão e deveriam reivindicar tais verbas não se interessam pela questão, e com isso todo o Estado sai perdendo. É outra questão que pretendo trabalhar firme estando no Congresso Nacional.
Extra – Rondônia conta com uma bancada federal onde alguns de seus integrantes atuam exclusivamente na alocação de verbas para seus municípios, sem participar dos grandes debates nacionais, como se fossem uma espécie de despachantes. O senhor pretende ser mais um político do gênero, ou quer se diferenciar deste modelo?
Edgar – É evidente que os debates de temas que abrangem o país como um todo, causando impacto para a sociedade em geral, merecem atenção de quem estará no Congresso representando o povo de Rondônia. Caso meu projeto político tenha sucesso, estarei cumprindo a missão de representar os rondonienses em tais situações.
Extra – Falando agora sobre o PSDC, partido que o senhor preside no Estado. Como a agremiação vai participar das eleições de outubro?
Edgar – Posso afirmar que o partido está organizado em praticamente todos os 52 municípios do Estado, e temos prefeitos, vereadores e deputados estaduais eleitos. Deveremos lançar nominata a deputado estadual com 48 nomes, eu devo ser o candidato a deputado federal, e Neodi de Oliveira deve ser confirmado como candidato a vice-governador na chapa de Expedito Junior. Estaremos compondo uma aliança que atualmente já conta com 13 partidos, e somos bem realistas com relação às nossas possibilidades. Eu acredito que é possível manter as duas cadeiras que possuímos na Assembléia Legislativa, isso falando em termos de partido; e na disputa das vagas na Câmara dos Deputados, onde a coligação lança 24 candidatos, creio que temos chances de conquistar duas vagas.
Extra – Aqui no Cone Sul o PSDC conta com o prefeito de Colorado do Oeste, Josemar Beatto, além de vereadores em Cabixi e também em Colorado. Sendo Vilhena a cidade mais importante da região, quem será seu abre-alas no Município?
Edgar – Tenho a satisfação de contar com total apoio do vereador Carmozino Alves, que até recentemente estava em nosso partido, mas por questão estratégica mudou de legenda. Ele é um político experiente e capacitado, que tenho certeza será importante para levar nossa mensagem ao eleitorado. Além disso possuo amigos no meio empresarial e outras lideranças setoriais que abraçaram nossa proposta e estão dispostos a colaborar.
Fonte – Extra de Rondônia
Texto – Da Redação
Fotos – Extra de Rondônia