Em entrevista ao Extra de Rondônia, o diretor do Centro de Ressocialização Cone Sul, Juraci Duarte, deu detalhes sobre a rebelião que aconteceu na noite desta quarta-feira, 30, e seguiu por boa parte da madrugada.
Segundo ele, os presos saíram das celas após uma queda de energia. “Os apenados que estavam na cela 4 começaram a bater na porta para pedir aos agentes que religassem a luz, foi quando um dos pinos de sustentação se soltou e a porta caiu”, explicou.
Os detentos saíram da cela e com um pedaço de madeira, oriundo de uma cadeira quebrada por eles, serviu de alanca para forçar o rompimento de uma das barras de ferro que dão sustentação ao andar onde os agentes penitenciários ficam. Os presos conseguiram romper as soldas das barras de ferro e tiveram acesso ao setor, que é de exclusividade dos agentes.
Ao subirem, abriram as outras celas e o restante dos detentos saíram já seguindo para as escadarias que dão acesso ao corredor de saída do prédio. O que os segurou foi uma porta com tranca automática. Duarte contou que os detentos tomaram toda a ala e como não tinham agentes no local utilizaram como refém os presos que não representam perigo, e que aderem às atividades desenvolvidas no local.
16 presos ficaram feridos, porém sem gravidade. Já na manhã desta quinta-feira, 31, o Secretário de Justiça do Estado de Rondônia, Paulo Cesar de Figueiredo, bem com o Juíz da 2ª Vara Criminal de Vilhena, e Juíz Corregedor do presídio, Adriano Toldo, visitaram as instalações do Centro de Ressocialização. Junto com eles estava o Tenente Coronel da Polícia Militar, Paulo Sérgio Vieira Gonçalves, e o Gerente Geral da Secretaria de Justiça do Estado, Adeilso da Silva. Eles viram de perto os estragos causados pelos presos, e traçaram metas para serem cumpridas.
De acordo com o Secretário de Justiça do Estado, serão iniciados os trabalhos de recuperação das celas danificadas, antes disso o levantamento dos custos para reforma do presídio, bem como a compra de colchões, portas e mobiliários destruídos durante a confusão.
Um fato que chamou a atenção, durante a conversa com o diretor do Centro de Ressocialização, foi a crítica que fez com relação a baixa qualidade dos materiais utilizados para a construção do prédio. Segundo ele, as bases de sustentação das portas foram ressoldadas diversas vezes, e as barras de ferro utilizadas para a construção da divisória entre os agentes e os detentos são ocas. “Isso facilitou a rebelião”, afirmou.
POSICIONAMENTO DOS AGENTES
Segundo Duarte, durante a noite os agentes tomam posições diferentes e ficam alocados na parte da frente do presídio. “Ainda bem que não tínhamos agentes no local. Do contrário eles com certeza seriam feitos reféns”, arrematou.
Fonte: Extra de Rondônia
Texto: Da Redação