Documentos do Ministério Público apontam dezenas de irregularidades gestão de Padre Franco
Documentos do Ministério Público apontam dezenas de irregularidades gestão de Padre Franco

A Câmara Municipal de Cacoal acatou a portaria 034/2014 do Ministério Público de Rondônia (MP) em sessão plenária realizada na noite da última segunda-feira, 13, e por 10 votos favoráveis e um contrário, decidiu abrir Comissão para analisar, no prazo de 90 dias, se cassa ou não o mandato do prefeito de Cacoal, Francesco Vialetto.

Os documentos enviados pelo MP, com cerca de 200 páginas, apontam ter havido, em tese, o cometimento de improbidade administrativa por parte do prefeito.

Os documentos do MP apontam dezenas de irregularidades na saúde pública e na esfera administrativa, como a falta de médicos, falta de medicamentos e uma incrível dança das cadeiras, que tornou impossível o Município atender a demanda da sociedade.

Em menos de dois anos de seu segundo mandato, o prefeito já trocou de secretários 07 vezes. Em seus dois mandatos conjugados, o prefeito já substituiu secretários de saúde 13 vezes. Além do descaso na saúde, recentemente um ex-secretário foi à Câmara Municipal e denunciou uma série de irregularidades.

Ele citou, por exemplo, que preferiu pedir demissão do que assinar pagamentos de obras que, não visão dele, ainda não estavam prontas e o pagamento antecipado não era moralmente aceitável sob o amparo da legislação.

Também contribuiu para o pedido de cassação a invasão na madrugada do dia 28 de setembro de um hospital construído com recursos de doadores e que era administrado pela Associação Beneficente São Daniel Comboni. Esse hospital, também conhecido como Hospital do Câncer, atendia pacientes de todo o Estado.

O drama dessa grave doença fez com que muitos municípios contribuíssem com recursos para o hospital e, portanto, ocupá-lo para socorrer o Município por sua incapacidade em gerir a saúde pública representa afronta àqueles que, mesmo não morando em Cacoal, deram sua contribuição certos de que tal hospital seria destinado, principalmente, ao tratamento oncológico de cidadãos de todo o país.

COMPOSIÇÃO

Imediatamente após a votação, foi constituída uma Comissão responsável pelo início dos trabalhos e decidir se o caso vai ou não a julgamento no Plenário composto de 12 vereadores. A comissão elegeu o vereador Waldomiro Corá (PV) como presidente, o vereador Valter Pires (PT) como Relator e o vereador Rafael Evangelista (DEM) como membro.

A Câmara, portanto, tem agora duas comissões de inquérito investigando o prefeito. Uma comissão, instaurada já há dois meses, investiga denúncias do ex-secretário de saúde, Márcio Welder, que também aponta o cometimento de improbidade administrativa. Os trabalhos dessa comissão deverão ser concluídos nos próximos dias e seu relatório deverá ser submetido ao plenário no início de novembro.

Texto e Foto: Clarin.com.br

sicoob