O baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas trará reajustes crescentes da energia em todo o país.
As contas de luz terão alta anual regular, em percentuais elevados, e repiques mensais em virtude da geração mais cara.
Isso porque, a partir de janeiro, o consumidor também vai sentir no bolso o sistema de bandeiras tarifárias, cobrando no mês seguinte aos gastos extras com usinas térmicas.
Uma amostra dessa tendência chegará ao próximo sábado (1º) para os clientes da Região Norte. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou ontem a Companhia Energética de Roraima (CERR) a realizar o maior aumento deste ano entre todas distribuidoras: 54,06%.
O reajuste afetará 40 mil unidades consumidoras de 15 municípios do interior. Naquele estado, a presidente Dilma Rousseff (PT) perdeu a eleição para o adversário Aécio Neves (PSDB), que recebeu 59% dos votos válidos.
A Aneel também aprovou ontem aumento médio de 16,95%das tarifas da Boa Vista Energia, do grupo Eletrobrás. O reajuste será aplicado a partir de novembro para 101 mil consumidores da capital.
Para a classe residencial, o aumento será de 17,04% e, para as indústrias, de 16,78%. As tarifas da Amazonas Energia, também controlada pela estatal federal, terão reajuste médio de 18,62%. Para os clientes industriais, o aumento será de 22,63%, enquanto para as residências e o comércio será de 15,83%.
A companhia atende 700 mil unidades de consumo. A Aneel ainda precisa deliberar os reajustes de cinco distribuidoras: Light (RJ), Companhia de Eletricidade do Amapá, Centrais Elétricas de Rondônia, Companhia de Eletricidade do Acre e Companhia Sul Sergipana de Eletricidade. O pleito da Light, a ser avaliado na próxima semana, é de um reajuste de 25,04%.
Na reunião de ontem (29), a diretoria da agência também aprovou a versão final do edital do leilão de energia A-5, que será realizado em 28 de novembro. A principal mudança foi a inclusão de três projetos de novas hidrelétricas: Itaocara I, de 150 megawatts (MW), no Rio de Janeiro, e dois projetos no Paraná: Apertados (139 MW) e Ercilândia (87 MW). O preço-teto para Itaocara I foi fixado em R$ 114 por MWh; o de Ercilândia em R$ 137 e o de Apertados em R$ 152. A entrega da energia contratada deve ocorrer em 2019.
Texto: R7
Foto: Ilustrativa