Para driblar a abertura do procedimento político que poderia culminar com seu afastamento, o governador Confúcio Moura mobilizou servidores comissionados e desabrigados da cheia do rio Madeira, a maioria moradores do bairro Triângulo, e lotou as galerias da Assembleia Legislativa para pressionar os deputados a votar contra a instalação de uma comissão para analisar as denúncias de corrupção feitas por meio de representação protocolada por um servidor da Polícia Militar.
A manobra surtiu efeito. A sessão sequer foi aberta. Por se tratar de matéria que envolve afastamento do governador, seria necessária a presença de um terço dos deputados, isto é, de oito deputados, mas apenas sete registraram a presença.
Além do presidente do Legislativo, deputado Hermínio Coelho, os deputados Neodi Carlos, Cláudio Carvalho, Luiz Cláudio, Adelino Follador, Marcelino Tenório e Ribamar Araújo estiveram na sessão.
Outros 12 deputados que estavam na Casa, todos da base governista, se fecharam no gabinete do deputado corregedor, Eurípedes Lebrão e lá permaneceram, manobra feita para obstruir a abertura da sessão.
Hermínio Coelho recebeu equipes de reportagem de diversos veículos em seu gabinete e explicou o procedimento regimental que obrigava a leitura da representação no plenário.
Em seguida recebeu também algumas pessoas que se identificaram como lideranças dos manifestantes, a quem também explicou a obrigação constitucional de dar andamento à representação que pede o afastamento do governador. “Acho que a Assembleia Legislativa hoje envergonhou a população de Rondônia mais uma vez. Esse governo manipula pessoas, manipula deputados, mas não manipula a justiça. Digo sempre que o crime não compensa e isso nós vamos ver lá na frente”, desabafou, afirmando que na sessão desta quarta-feira (26) a representação deverá ser posta novamente para apreciação pelos deputados.
Texto: Valdran Junior
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