### Pode até parecer mentira, mas é verdade. O Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não tem data pra julgar o pedido de prisão do Senador da República, e ex-governador de Rondônia, Ivo Cassol (PP) que tem que cumprir mais de quatro anos de cadeia por fraudes em licitações quando era prefeito do município de Rolim de Moura.
### A pena de Ivo Cassol é em regime semiaberto, ou seja, trabalha durante o dia, mas tem que dormir no xilindró. Se ele morasse em Vilhena, estava tudo certo. Vocês sabiam que a maioria absoluta dos presos da maior cidade do Cone Sul de Rondônia, que foi encaminhada ao regime semiaberto, não volta pra dormir na cadeia? Isso mesmo. A tornozeleira eletrônica foi a alternativa encontrada pelo estado para controlar a superlotação na casa de detenção.
### É mais barato para o estado manter o preso na rua, onde ele é obrigado a pagar a própria comida e custear suas necessidades, do que fazer com que ele durma nas casas de detenção. Na teoria a ideia é bem interessante, contudo, na prática, a proposta é mais política do que necessariamente sociológica. É mais vantajoso (economicamente) para o estado deixa-los nas ruas do que arcar com a tão debatida e pouco praticada, ressocialização.
### Na teoria: a ideia das tornozeleiras é contribuir com a ressocialização dos presos, e reinseri-lo, de modo vigiado, na sociedade, depois de ele “refletir” sobre os erros que cometeu. A ideia é muito boa. Convenhamos. Mas… como ressocializar um homem nos presídios brasileiros? Esse é o grande problema.
### Na prática: as tornozeleiras foram o “fim” dos problemas. O estado despacha um monte de gente pra rua, economiza, diz que está ressocializando, e pronto. Agora reflita: um sujeito foi preso pela polícia porque estava vendendo drogas na sua casa. Ele tinha uma boca de fumo. Ele foi condenado, mas sua pena não foi superior a oito anos, o que o deixa no regime semiaberto. Ele ganha uma tornozeleira, e vai pra casa. Ele não pode sair à noite, tem uma rota específica, e deve passar a maior parte do tempo no aconchego do lar. A boca de fumo dele funciona aonde mesmo?
### Assim acontece com outros casos: um homem não ressocializado com uma tornozeleira pode até não participar diretamente de um assalto, ou de qualquer outro tipo de crime que aconteça na cidade. Mas ele pode muito bem dar suporte logístico para os comparsas, ou arquitetar todo o “esquema”.
### O fato é que a discussão sobre a onda de violência está ainda muito superficial, e principalmente politiqueira ao extremo. Todo mundo que tem um cargo eletivo vem batendo no peito apresentando “propostas” infalíveis para conter a onda criminosa. Uma ideia mais estapafúrdia do que a outra.
### Enquanto não se entender que a violência não é problema exclusivamente da segurança pública, a sociedade não avança um passo sequer no assunto, enquanto os criminosos continuam agindo.
### Não adianta apenas defender um caça às bruxas contra a bandidagem. É preciso reconhecer algumas falhas do sistema, levantar debates produtivos, e apresentar alternativas sociais eficazes para evitar a proliferação do problema.
### O governo federal fala de programas, o governo do estado diz que vai investir no combate à violência, e os municípios dizem que não têm dinheiro. Aí complica: o governo federal até que desenvolve seus programas, mas de forma genérica, ampliada. Os governos dos estados se atem a números, e não resultados. Já os municípios que poderiam dar a contrapartida com projetos sustentáveis para resolver os problemas locais, esquecem-se de contribuir.
### O nome do vereador Junior Donadon (PMDB), presidente do Poder Legislativo, se fortalece dentro da classe política. Há quem garante (com todas as letras) que ele será o próximo prefeito de Vilhena, substituindo o atual, Zé Rover (PP). Já demonstrou ser eficiente nas questões públicas/administrativas.
### O secretário municipal de educação de Vilhena, José Arrigo (PP) começa a aparecer de forma discreta na mídia, se considerando pré-candidato a prefeito. Ex-vereador, Arrigo administra uma das principais pastas da gestão Rover, que tem inúmeros servidores. Simpático, Arrigo tenta ser o nome do grupo do atual prefeito nas eleições de outubro de 2016.
Texto: Extra de Rondônia
Foto: Divulgação