O Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia (TJ-RO) através da juíza de Direito Liliane Pegoraro Bilharva decretou na última quinta-feira, 26, a prisão de Antônio Carlos Deminsk Assunção, o “Tonhão”, e Julinei Célio da Silva, o “Gordo”.
Ambos foram condenados a mais de 20 anos de prisão (cada um) por participação na Chacina do Porco, como ficou conhecida a execução três homens da mesma família, em janeiro de 2010, na região de Nova Conquista, distrito de Vilhena.
Ambos, juntamente com Wilson Gonçalves Bezerra, o “Macarrão”, foram apontados pelas investigações como os executores dos crimes. Eles foram condenados no dia 31 de março do ano passado, porém a justiça os concedeu o direito de recorrer da decisão em liberdade.
Os recursos interpostos pela defesa dos autores dos assassinatos não foram acatados pela justiça, que decretou o cumprimento das penas de ambos. “Macarrão” morreu no dia 12 de julho do ano passado, logo não fora citado na decisão.
UM PORCO TERIA CAUSADO AS EXECUÇÕES
Na ocasião, as vítimas fatais foram identificadas como Gilberto Duarte da Silva, Ciro Fragoso e Jair Fragoso. Os sobreviventes são Juverci Duarte da Silva e um garoto que à época tinha quatro anos, cujo nome jamais foi revelado.
Todos estavam abordo de um veículo Fiat, modelo Uno quando depararam com a estrada fechada por um tronco de árvore. Uma das vítimas desceu do carro para retirar a barreira, mas o grupo foi surpreendido por homens armados que dispararam por mais de 20 vezes contra o veículo.
Como Juverci Duarte estava do lado de fora do carro, mesmo baleado, conseguiu fugir pela mata e chegou a uma casa onde pediu socorro. Já seus irmãos foram executados a sangue frio.
A Polícia Militar foi acionada e ao chegar ao local encontraram o garoto em meio aos corpos dos tios. Ele tinha um fragmento de bala que o atingiu na barriga.
As vítimas foram conduzidas para o Hospital Regional em Vilhena, após procedimentos médicos os policiais civis colheram depoimento de Juverci e iniciaram as investigações.
Hospitalizado, Juverci narrou que ele e seus irmãos estavam acampados às margens do Rio Cabixi, quando mataram um porco, propriedade da fazenda “Portal”, cujo dono era “Tonhão”. Esse foi o motivo da chacina.
Um ano após o crime, os acusados foram presos pela polícia, mas ficaram por pouco tempo na Casa de Detenção. “Macarrão” ficou solto, enquanto “Tonhão” e “Gordo” aguardavam o julgamento na Casa Detenção.
O JULGAMENTO
O julgamento dos três envolvidos na “chacina do porco” pode ser considerado o de maior repercussão e demora do ano de 2014. O julgamento começou às 08h30, da segunda-feira, 31 março, no Fórum de Vilhena, e só terminou às 20h.
Os acusados de terem planejado uma emboscada e assassinado três homens, baleado um outro e uma criança de quatro anos, em janeiro de 2010, no Distrito de Nova Conquista, foram condenados.
Antonio Carlos Deminski, o “Tonhão”, acusado de ser o mandante do crime foi condenado a 21 anos de reclusão. Já seus comparsas, os irmãos Julinei Gonçalves Bezerra, o “Gordo”; e Wilson Gonçalves Bezerra, o “Macarrão”, pegaram 20 anos de regime fechado.
A juíza de Direito, Liliane Pegoraro Bilharva, ao ler a sentença destacou que os réus são frios e apresentam perigo à sociedade, já que planejaram a morte das vítimas por motivos considerados fúteis, além de tentarem contra a vida de um indefeso.
Texto: Extra de Rondônia
Fotos: Arquivo