Sempre parti do principio de que estas palavras eram um aviso do previsível preço que se tem que pagar com o tempo, atenção e cuidados com as crianças. Sabia que ia ter que ensinar a meus filhos a andar de bicicleta, dar laço nos cordões dos sapatos, um milhão de coisas.
Acho que não contava com maiores envolvimentos e que essas pequenas lições me dariam tanto prazer, além é claro, muito amor. Agora penso de outra maneira, agora tenho filhos. Sei que quando você ensina uma criança a dividir dez por cinco, a lição tem um principio e um fim, mas quando se tenta ensinar uma menina tomar-se mulher e a um menino tomar-se homem, a lição é tão longa quanto à vida.
Esquecer-se de ensinar, estar cansado demais para ensinar ou preferir não ensinar através do diálogo, não faz com que a tarefa deixe de existir – simplesmente modifica a lição. Penso que um pai ou uma mãe devem fazer seus filhos compreenderem bem o que é a honestidade e a integridade. – A integridade humana tem as mesmas vantagens da integridade das estruturas. Parece que Rondônia começa a despertar para este grave problema.
Políticos e autoridades ligadas ao setor de proteção à infância e adolescência, começam a se preocupar com a problemática, procurando meio e modos de como minimizar os efeitos causados por uma sociedade muitas das vezes desorganizada, no que se refere ao tratamento e, até mesmo, no sentido da recuperação daqueles que, por vários motivos, enveredarem pelo caminho da contravenção ainda muito jovem. Há esperança de recuperação? Claro que sim.
Todavia o assunto deve ser encarado com coragem, denodo e, acima de tudo, com respeito ao próximo. O grande número de jovens e crianças desvirtuadas, abandonadas ou, simplesmente fora de uma educação mais consistente, diz bem da inquietude das autoridades em resgatar esta problemática. Evitar que caiam na marginalidade é fatal para o sucesso, entretanto, depois de acontecido, existem várias maneiras de retroceder.
Para isso é necessária à conjugação de esforços no que diz respeito aos métodos utilizados. Eu vou dizer que depende ainda mais daquilo que se pensa, pois, as pessoas de espírito aberto (os verdadeiros pensadores ou escritores, os grandes artistas e os filósofos) sempre estudaram os motivos, cada qual no seu tempo, procurando interagir sempre no seio da família, pois, é dali que se forjam as pessoas.
Eu diria mais, isso acontece porque “as atitudes, mais do que a idade ou os coeficientes de energia fazem com que as crianças ainda jovens acreditem que são crescidas o bastante para agirem de acordo com o seu ensinamento, muitas vezes no abandono total, inclusive, pelos poderes públicos.
Segundo autoridades ligadas ao assunto, acreditam que o problema é perfeitamente controlável, mas não adianta apenas o governo derramar vultosas verbas, se não for feito um planejamento decente, capaz e, acima de tudo, com seriedade. Vamos tentar oferecer condições e responsabilidades aos pais ou responsáveis (se for o caso com punição), para que se engajem na luta para salvar as nossas crianças. Evidentemente, sem maiores cometimentos políticos e, sim, vivenciando a problemática da situação difícil em que se encontram às famílias envolvidas. As pessoas que nunca bloqueiam seus cérebros, que nunca se aposentam mentalmente, raramente parecem decair física ou espiritualmente.
Acrescento, ainda, que ter filho não é simplesmente o fato de manter relações sexuais com seus parceiros é, acima de tudo, ter maiores responsabilidades por um futuro certo, trabalhando e solidificando o futuro dos seus entes queridos. Neste sentido temos que trabalhar as failli1ias sociológica e pedagogicamente para que possamos minimizar os problemas futuros. Portanto, cabe a todos nós nos conscientizar, para que possamos oferecer a nossa parcela de contribuição no desenvolvimento infantil da criança”.
Texto: Ivanir Aguiar
Foto: Arquivo pessoal