Claudino Peretto, Gerente Executivo da entidade empresarial
Claudino Peretto, Gerente Executivo da entidade empresarial

Às vésperas do feriado dedicado aos trabalhadores do país o Gerente Executivo da Associação Comercial e Industrial de Vilhena, Claudino Peretto Junior traçou o panorama local destacando a interação entre empregados e empregadores e outros aspectos relacionados ao mercado de trabalho na cidade.

Em entrevista ao Extra de Rondônia, o dirigente da entidade começou a conversa lembrando que, apesar do foco do feriado ser voltado aos colaboradores das empresas, na verdade o empresariado também é formado por gente que trabalha gerindo firmas, comércios e indústrias. “Todos nós, patrões e funcionários formamos a classe trabalhadora do país, e este esforço conjunto é que movimenta a economia nacional”, avalia.

A respeito da relação entre as duas categorias, Junior destacou os avanços das últimas décadas, que “criaram um clima de união proporcionado pela valorização que o empresariado concedeu aos colaboradores”. Prosseguindo em tal raciocínio, ele exemplifica a utilização do próprio feriado de primeiro de maio como ocasião em que inúmeras empresas da cidade promovem confraternizações e festejos.

No entanto, em linhas gerais o empresariado brasileiro mantém avaliação crítica em torno de concessões existentes na legislação trabalhista, caso de férias de um mês ou abonos com 13º salário. “São características inexistentes, ou pelo menos mais equilibradas, em países mais desenvolvidos que o nosso, potencializando despesas com folha de pagamento, encargos e tributos. Isso penaliza os consumidores, pois parte deste custo acaba inevitavelmente embutido nos preços, além de reduzir a margem de lucro das empresas, travando investimentos voltados a expansão dos negócios”, argumenta.

Para ilustrar a situação Junior afirma que se os aumentos no custeio de empreendimentos do setor privado ocorridos no ano passado tivesse sido aplicado no valor de serviços e produtos os preços poderiam até dobrar após o réveillon.  “Mas ninguém é maluco para cometer ação dessa natureza, portanto só restou ao empresário estreitar ainda mais a margem de ganhos. No final quem acaba perdendo é o conjunto da economia”, conclui.

A crise atual evidentemente afetou o mercado local e enxugou o volume de dinheiro em circulação. “Estamos preocupados e o momento é de extrema cautela. Um passo em falso pode resultar em falência ou pelo menos dificuldades de caixa”, avalia. Já outro aspecto do cenário, a questão do aumento dos índices de desemprego no país tem faceta singular em Vilhena. “Temos na cidade pessoas afetadas pelo problema, no entanto há vagas disponíveis no mercado em diversas áreas onde é necessária mão-de-obra especializada. Existem firmas em que o próprio dono precisa assumir a função que poderia ser ocupada por um funcionário porque não consegue encontrar na praça alguém que a desempenhe”, revelou.

Neste sentido a própria Associação Comercial anuncia ações para reverter a situação, e começa a investir em cursos de especialização. A primeira iniciativa em tal sentido foi a instalação de curso de Qualidade Total voltado a gestão empresarial. “O público-alvo são os donos e gerentes das empresas da cidade, tendo como meta alinhar o pensamento entre ambos para dinamizar as ações. Em breve a associação vai trazer mais cursos a fim de manter o setor econômico vilhenense em movimentação constante, cumprindo com nosso papel na comunidade”, finalizou Junior.

 

Texto: Extra de Rondônia

Foto: Divulgação

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