Em entrevista ao Extra de Rondônia, o ex-prefeito de Vilhena, Melki Donadon (PTB) fora citado pelo atual prefeito Zé Rover (PP) como co-autor da celeuma envolvendo a região da Cooperfrutos.
Rover foi a público tentar justificar à população seu posicionamento acerca da denúncia feita pelo comerciante Pedro Sales Neto, o Pedro Boiadeiro, sobre a permuta de um lote rural particular com imóveis públicos, denúncia acatada pelo Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO) no início da semana.
Segundo Rover, o projeto de agricultura familiar que resultou na associação Cooperfrutos foi idealizado pelo então chefe do executivo municipal vilhenense, Ademar Suckel que utilizou uma área do município para assentar os produtores, e Melki, ao assumir a administração da cidade descredibilizou o projeto transferindo a área para o INCRA.
Ao site, Donadon rebateu a informação e disse se tratar de uma inverdade. “Ele está se contradizendo. Se a área era do município e foi doada ao INCRA, como afirma, então ela não pertence ao Exército. Logo não há necessidade da permuta”, indagou o ex-prefeito de Vilhena.
Melki explicou que o município fez uma parceria com o INCRA para iniciar a regularização dos lotes. “Áreas acima de 4 hectares são regularizadas pelo programa ‘Terra Legal’, ou pelo próprio INCRA, por isso promovemos a parceria à época”, explicou o ex-prefeito, que ressaltou que nunca teve interesse em entregar o lote da Cooperfrutos ao órgão federal. “Se pertencia ao município, por que eu o doaria à União? Isso não faz sentido”, rebateu o ex-prefeito.
Sobre a permuta feita por Rover, o líder da família Donadon disse que não há a necessidade da manobra imobiliária. “Isso é um indicativo de que há a criação de um fato para a negociação de terrenos. O próprio prefeito está confirmando a ilegalidade em seu discurso”, argumentou Melki.
Questionado acerca dos valores apresentados pelo prefeito de Vilhena sobre a produção de lotes nas áreas permutadas, Melki Donadon relatou que as cifras e porcentagens apresentadas por Rover são incondizentes. “O lote ao lado da Escola Zilda da Frota Uchôa, por exemplo, é contornado por asfalto e tem rede elétrica. Pela metragem, cabe aproximadamente 66 terrenos, que custariam, em média, R$ 90 mil naquela região”, especifica.
O ex-prefeito de Vilhena explicou que pelo fato de o lote ter asfalto em volta, e energia elétrica, o arruamento feito dentro do lote é mínimo. “Apenas 10% do lote será destinado para arruamento, com um valor irrisório para o loteador, o que não justifica subvalorização do imóvel”, conta. Melki disse que não tinha interesse em entrar na discussão acerca da manutenção dos produtores da área que o Exército reivindica. “Eu não posso ser culpado por algo que não fiz. Lamento ter sido envolvido nessa história, mas o que está sendo dito é uma inverdade”, disse.
FACULDADE DE MEDICINA
O ex-prefeito de Vilhena relembrou que no lote vizinho à escola Zilda da Frota Uchôa era para estar funcionando a faculdade de Medicina. “A Facimed tinha interesse em trazer o curso para a região. Se caso o projeto fosse consolidado, o curso já estaria em funcionamento na cidade”, concluiu.
Autor: Extra de Rondônia
Foto: Extra de Rondônia