A expectativa gerada em torno da atual presidência da câmara de vereadores do município de Vilhena, apresentada e garantida pelo vereador Junior Donadon (PMDB) não vem sendo satisfatória por parte da população. A falta de ações de impacto somada ao pequeno poder de influência e decisão na política administrativa do Município, estão provocando reações negativas na sociedade em geral.
Recentemente, uma enquete promovida pelo Extra de Rondônia acerca da possibilidade de aumento do número de vereadores, quando a opção de se fazer o contrário (diminuir a quantidade de cadeiras no Plenário) foi a preferida por bem mais da metade dos participantes reflete o nível de insatisfação popular com o Parlamento.
A ausência de projetos de vulto, restringindo a atividade parlamentar a nomenclatura de logradouros – onde inclusive ocorrem erros não evitados pelo corpo funcional da Casa – e concessão de homenagens, abre caminho à crítica. A casa de leis do município de Vilhena recebe mensalmente pouco mais de R$ 600 mil de repasse público. A falta de sabedoria do presidente em gerir o recurso é nítida. O prédio do Poder Legislativo está caindo aos pedaços, e a falta de estrutura para trabalho dos servidores é gritante. Isso agregado a quase perpétua aceitação sem discussão de iniciativas do Executivo e praticamente plena ausência de debates, coloca em xeque a dimensão do Poder Legislativo.
Para piorar as coisas, o anúncio do reajuste no preço das diárias pagas aos vereadores em deslocamentos para fora dos limites do Município atinge a opinião pública quase como insulto. Isso porque o preço pago pelo contribuinte para os vereadores saírem de Rondônia é praticamente o valor do salário mínimo no Brasil, renda que sustenta milhares de famílias em todos as cidades do país. Muitos questionam a necessidade e resultado prático destas viagens, mesmo porque não se sabe ao certo o resultado delas em benefício da comunidade.
O portal da transparência do Poder Legislativo não funciona há anos. O site institucional da casa de leis sequer existe, mesmo com recomendação clara do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (apresentada diretamente ao vereador-presidente Junior Donadon) para reativação, a fim de as pessoas, bem como os órgãos fiscalizadores, acompanharem os gastos legislativos.
Mesmo sendo considerada melhor que formações anteriores, ainda falta alguma coisa para que a Câmara Municipal de Vilhena consiga projetar aos munícipes que vale a pena custear suas despesas através de verbas públicas. Este é o desafio que os vereadores precisam superar nesta reta final de mandato a fim de ter chances de permanecer no poder através do voto consciente e desinteressado de favores pessoais.
O novo líder o parlamento, que apresentou-se inicialmente como profundo conhecedor da vida pública, e tentou veicular o fato de que tinha capacidade para mudar a imagem já desgastada da Câmara de Vereadores, a cada dia comprova sua incapacidade, principalmente de gestão. Junior não consegue gerir o alto recurso da casa de leis a fim de torna-lo eficiente, e consequentemente fazer do poder legislativo vilhenense uma ferramenta pública de mudança social.
Autor: Extra de Rondônia
Foto: Extra de Rondônia
