Os desdobramentos e ações de bastidores ocorridas nas últimas semanas dão um panorama bem distinto ao cenário que antecede a próxima disputa eleitoral.
Do início do ano para cá, como diriam os mais antigos, muita água já rolou por baixo da ponte, e bastante coisa mudou. Se antes havia pelo menos dois pré-candidatos a prefeito endossados pelo atual Chefe do Executivo, enquanto o principal grupo de oposição à atual administração estava recolhido, hoje há uma inversão de papéis.
E as marolas da política dão uma nova dimensão ao presidente da Câmara de Vereadores, Junior Donadon, porém mantendo-o ainda na condição de fiel da balança.
A começar pela aliança política que hoje tem o prefeito Zé Rover – que não pode disputar as eleições do próximo ano em decorrência da legislação eleitoral – a alteração foi expressiva. Em janeiro ele chegou a anunciar pelo menos cinco integrantes de sua administração com condições de ser o sucessor no cargo, mas agora os renega em favor da criação de um “novo nome”.
Dos cinco anunciados, três já não queriam nem saber do assunto logo de saída; e outro parece estar aliviado com a reavaliação do líder. Sempre foi visível que a condição de pré-candidato a prefeito não “encaixava” bem com Gustavo Valmórbida, o preferido de Rover. Mas não é o caso de José Carlos Arrigo, secretário municipal de Educação, que em seguida as declarações do chefe tratou de reafirmar sua condição de pretendente ao Executivo. Como ambos estão fora da cidade neste início de semana não foi possível saber a razão da dissonância de posicionamento.
Entretanto, a aventada reaproximação entre Rover e o deputado estadual Luizinho Goebel, que inclusive teria como indicador a nomeação de um dos irmãos do líder do PV aos quadros do Município, pode apontar para nova tentativa do parlamentar em conseguir chegar ao Executivo local, através da reativação de aliança entre os dois líderes políticos. É uma hipótese que não deve ser descartada.
Do outro lado, no grupo capitaneado pelo ex-prefeito Melki Donadon, o quadro já está definido, após meses de suspense. Através da cunhada e deputada estadual Rosangela Donadon o grupo conseguiu tirar das mãos do primo e desafeto Junior Donadon o comando local do PMDB, e com a filiação de Rosani Donadon na legenda Melki já tem na pele da própria esposa uma pré-candidata a prefeita declarada. A demonstração de força política deste final de semana, ocasião em que a deputada promoveu evento de monta na cidade, prestigiado inclusive pelo próprio governador Confúcio Moura, dá um novo alento ao clã, colocando-o numa condição política bem favorável. Ao contrário dos adversários, hoje os Donadon parecem demonstrar muito mais coesão e organização que o outro lado.
Porém, apesar de ter sido encurralado por correligionários, Junior Donadon ganha liberdade e capacidade de movimentação mais ampla do que tinha até agora, pois desde a eleição de Rosângela a deputada pelo mesmo partido, no ano passado, o presidente da Câmara vilhenense estava acuado. Agora, com o desfecho da situação, Junior vem sendo cortejado por partidos como PP, PV e PSDB, e seu nome é tido como um dos melhores para composição de chapa majoritária ao pleito do próximo ano. Inclusive como “cabeça”.
Correndo por fora estão Julinho da Rádio (PSOL), Nadir Comiran (PSDB), Jaime Bagatolli (PSDB), ou até mesmo um nome a ser lançado pelo PSC do vice-prefeito Jacier Dias, que apesar de garante não ser candidato a mais nada por enquanto, mas que cogita a possibilidade do partido ao qual pertence disputar as eleições majoritárias.
Enquanto não passa mais água por baixo da ponte, a única coisa a acrescentar é que provavelmente este panorama ainda tende a mudar bastante nos próximos 12 meses, até que aconteçam as convenções que definirão os nomes que estarão ao dispor do eleitorado vilhenense.
Fonte: Extra de Rondônia
Foto: Divulgação