Membros da Associação dos Produtores Rurais das Glebas Iquê e Pesqueira (ASPROGIPE), estão na Justiça Federal de Vilhena em audiência para a dissolução de uma disputa com o Exército de uma área de 17 mil hectares às margens da BR-174.
O impasse vem se arrastando há anos, e os produtores temem pela perda da área que, segundo eles, tem o direito de posse fornecido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) desde a década de 80.
Em 2012, os moradores da região foram beneficiados com o programa “Luz para Todos”. O custo para levar a energia foi em mais de R$ 650 mil.
Sem levar em consideração o tempo que estão sobre a propriedade e as benfeitorias realizadas pelos produtores, o Exército entrou com uma Ação de Despejo em 2014.
O produtor rural e aposentado Joaquim Tércio Jorge, de 60 anos, lamentou o fato da instabilidade que as famílias estão sendo obrigados a conviver. “Queremos resolver essa pendenga com o Exército, se não pudermos continuar no local que pelo menos nos indenize”, disse.
Ainda de acordo com os produtores, o Exército sempre emite alegações infundadas. Uma hora diz que a saída é apenas para atestar a desocupação e em seguida poderão retornar, em outros momentos volta atrás e confirma que os trabalhadores podem permanecer na área, porém, não estão autorizados a vender ou locar a terceiros ou optar em pagar arrendamentos à instituição de segurança nacional.
“Nossa sobrevivência vem da agricultura familiar que desenvolvemos em nossas terras, o que faremos se nos tirar de lá?”, enfatizou um produtor.
A audiência na Justiça Federal deverá ocorrer durante o dia todo desta terça-feira, 29, e várias testemunhas estão sendo ouvidas. Diversas pessoas estão em frente ao prédio da instituição com faixas representando a revolta dos produtores.
Texto: Extra de Rondônia
Foto: Extra de Rondônia