ivanir-aguiar-333Dissociando respeitosamente os conceitos do nascimento – religiosos e biológicos – abordamos o segundo para justificar nossa posição ante um fato que, apesar dos pesares e dos progressos, ainda gera muito preconceito e exclusão, segundo alguns amigos meus que se omitem a aceitar o fato verdadeiramente como acontece, ou seja, as práticas sexuais. Biologicamente somos frutos de um ato sexual entre um homem e uma mulher, durante o qual aquele espermatozoide maratonista, danadinho, consegue antecipar-se aos 4.499.000 outros, fecundando o óvulo que o aguarda pacientemente na cavidade uterina. Feita a fecundação, surge à gravidez, o período de gestação, em média de 36 semanas, quando de intercorrências anormais não prejudicam o quadro. Este é o quadro normal de uma vida trazendo vida a vida.

Isto posto, não vemos motivo para que as práticas sexuais sejam consideradas pecaminosas, desde que dentro dos parâmetros da normalidade, a fim de que patologias (doenças) inexistam. Consideramos parâmetros da normalidade, todas as ações – absolutamente todas – que visem enriquecer tais relações. Sabemos que, com o passar dos anos, as atividades sexuais sempre decrescem em função de esclerose (mulher e homem) natural do sistema circulatório, muitas das vezes fatores de vascularização peniana, essencialmente no universo masculino, vez que o homem depende do aspecto ereção para realizar a penetração.

Contudo, a medicina tradicional já conseguiu avanços excelentes, mas quase refutados pelo fato do homem, machista por excelência, tentar “cobrir o sol com a peneira” e a mulher se sentir apenas objeto. Bobeira pura. Atente para os conselhos do Pelé, quando ele diz: “Fale com o seu médico”. Assim, com esse comportamento de não enfrentar o problema, casais começam a permitir a instalação da rotina na sua vida sexual. Tal rotina, agente causal da mesmice, aos poucos vai se tornando uma atividade tão gratificante em algo maçante, cansativo, horizontal demais, gerando inconformismo e, por consequência, a procura de outros parceiros. Mas nem tudo são desesperanças. Gradativamente os casais que têm cabeça mais arejada, força de personalidade, e que realmente se amam e desejam preservar a vida a dois, buscam alternativas enriquecedoras das suas atividades sexuais. E porque não? Tenhamos 30, 40, 50, 60 anos ou mais, nada impede que usemos de recursos e idéias criativas, para que a nossa vida sexual seja estimulada, o que tem ocasionado a procura dos jovens (homens e mulheres) aos maduros (também homens e mulheres) pela experiência adquirida ao longo do tempo.

E por falar nisso, você marido, já convidou sua mulher para passar uma noite em um motel? Ou vocês são dos que pensam que motel é lugar pecaminoso, só para encontros extras? Queiramos ou não, o passar dos anos e sucessivamente dos encontros sexuais vai-nos trazendo uma “bagagem” incontestável. Passa-se do muito para o bom. Por analogia, aos 20 anos, o ser humano ao beber uma taça de champanhe fino, o faz gulosa e apressadamente. Aos 50, 60 ou mais, o faz lenta e docemente. Delicia-se com o seu “buquê”, aspira lentamente seu aroma sutil, umedece apenas os lábios antes do primeiro gole, extasia-se ante aquele néctar até esvaziar a taça em pequenos goles. As mulheres também estão nesse patamar de criação, apenas são mais pudicas. Deu pra sacar?

Mas há um porém nessa história: OS PAIS. A eles cabe a responsabilidade e, devem, desde pequeno, mostrarem o caminho correto aos seus filhos para crescerem através de uma educação básica no seio familiar não deixando extravasar qualquer resquício de desarmonia no lar abençoado por Deus. À educação tem inicio, meio e fim. Cabe essa responsabilidade e os ensinamentos no cotidiano da vida. Não é deixando a educação aos cuidados de professores. Ali gera cultura, a educação deve vir de berço. Um lar formado sob a égide do respeito, autoridade e, acima de tudo amor familiar, fatalmente os filhos terão um bom direcionamento na sua vida. O berço é o princípio, o meio e o intermediário. O fim, é uma vida saudável no seio da família que, fatalmente, trará felicidade e desenvolvimento humano, cercado pelo amor dos pais. Donde se conclui que eles, pais, são os responsáveis e terão que aceitar suas responsabilidades em todos os sentidos. Do nascimento até a idade adulta. Se houver essa trilogia teremos no futuro homens e mulheres que darão continuidade a evolução de seres humanos que somente trarão a felicidade em todo seio familiar.

Ivanir Aguiar é jornalista e membro da Academia Vilhenense de Letras

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