Um leão dormia sossegado, quando foi despertado por um Rato.
Com um bote rápido ele o pegou e estava pronto para matá-lo, ao que o Rato suplicou!
Ora, se o senhor me poupasse, tenho certeza que um dia poderia retribuir sua bondade!
Rindo por achar ridículo a idéia, assim mesmo, ele resolveu libertá-lo.
Aconteceu que, pouco tempo depois, o Leão caiu numa armadilha colocada por caçadores.
Preso ao chão, amarrado por fortes cordas, sequer podia mexer-se.
O Rato, reconhecendo seu rugido, se aproximou e roeu as cordas até deixá-lo livre. Então disse:
O senhor riu da idéia de que eu jamais seria capaz de ajudá-lo. Nunca esperava receber de mim qualquer favor em troca do seu! Mas agora sabe que mesmo um pequeno Rato é capaz de retribuir um favor a um poderoso Leão.
MORAL DA HISTÓRIA:
“Os pequenos amigos podem se revelar os melhores e mais leais aliados.”
O CEGO E O PUBLICITÁRIO
Um publicitário, da área de criação parou em frente a um cego e viu poucas moedas dentro do boné.
Sem pedir licença, pegou o cartaz virou-o, pegou o giz e escreveu outro anúncio.
Voltou a colocar o pedaço de madeira aos pés do cego e foi embora.
Ao cair da tarde, o publicitário voltou a passar em frente ao cego que pedia esmola.
Seu boné, agora, estava cheio de notas e moedas.
O cego reconheceu as pisadas do publicitário e lhe perguntou se havia sido ele quem reescreveu o cartaz, sobretudo, querendo saber o que ele havia escrito.
“O publicitário respondeu: Nada que não esteja de acordo com o seu anúncio, mas com outras palavras”.
E, sorrindo, continuou o seu caminho. O cego nunca soube o que estava escrito, mas seu novo cartaz dizia:
“Hoje é primavera em Paris, e eu não posso vela”.
A HISTÓRIA DA RÃ
Da alegoria da Caverna de Platão a Matrix, passando pelas fábulas de La Fontaine a linguagem simbólica é um meio privilegiado para induzir à reflexão e transmitir algumas idéias.
Imagine uma panela de água fria na qual nada tranquilamente uma pequena rã. Um pequeno fogo é aceso embaixo da panela e a água se esquenta muito lentamente. Pouco a pouco, a água fica morna, e a rã, achando isso bastante agradável, continua a nadar. A temperatura da água continua subindo… Agora a água está quente mais do que a rã pode apreciar. Ela se sente um pouco cansada, mas, não obstante, isso não a incomoda nem amedronta. Agora a água está realmente quente, e a rã começa a achar desagradável, mas está muito debilitada; então, suporta e não faz nada. A temperatura continua a subir, até quando a rã acaba simplesmente cozida e morta. Se a mesma rã tivesse sido lançada diretamente na água a 50 gruas, com um golpe de pernas ela teria pulado imediatamente para fora da panela.
MORAL DA HISTÓRIA: Quando uma mudança acontece de um modo suficientemente lento, escapa à consciência e não desperta na maior parte dos casos reação alguma, oposição, ou alguma revolta.
Se olharmos o que tem acontecido em nossa sociedade desde algumas décadas podemos ver que nós estamos sofrendo uma lenta mudança no modo de viver para a qual não estamos acostumados.
Se você não está como a rã, já meio cozido, dê um saudável golpe de pernas, antes que seja tarde demais.
“Nos já estamos meios cozidos”? Ou não?
Ivanir Aguiar é jornalista e membro da Academia Vilhenense de Letras