Passado um ano das eleições que definiram a composição do Parlamento rondoniense e da bancada federal no Congresso Nacional, os Municípios do Cone Sul já podem avaliar as consequências do voto local aos “paraquedistas” políticos de outras regiões.
A queda do número de representantes parlamentares sulistas resultou em diminuição considerável de iniciativas voltadas a captar recursos do Estado e da União para investimento nas sete cidades da região.
E a tendência é piorar, pois agora existe também a crise econômica agregada a falta de representantes nas esferas superiores do poder público.
Talvez as gerações mais novas não tenham conhecimento, mas os municípios sulistas outrora formaram a maior bancada regional na Assembleia Legislativa, somando um quarto do quadro parlamentar.
Vilhena, Colorado do Oeste e Cerejeiras chegaram a ter, na mesma gestão, dois deputados estaduais eleitos em cada uma destas cidades (os vilhenenses Newton Schramm e Ivone Abrão; Marcos Donadon e João Batista, de Colorado; Eugênio Zigue e Daniel Pereira representando Cerejeiras).
Tal volume de representatividade tornava a região respeitável no meio político de maneira diferente da atual, com apenas dois deputados eleitos, ambos da mesma cidade (Rosangela Donadon e Luizinho Goebel, de Vilhena).
Em nível federal mesmo os adversários devem concordar que fez diferença contar com um deputado federal genuíno do Cone Sul, Natan Donadon. Nos quase dez anos que ele exerceu mandato na Câmara Federal houve um volume de investimentos federais por aqui através de suas intervenções como jamais aconteceu antes. Todas as cidades sulistas foram beneficiadas, independente de questões partidárias.
Mas a insistência dos vilhenenses e moradores das demais localidades na aposta em políticos alienígenas, que só aparecem por aqui na época de pedir votos, redimensionou para menor o peso político do Sul em âmbito regional e nacional.
E hoje amargamos a falta de apoio. Apenas para exercício de recordação, responda rápido: qual foi o deputado federal que após ter tomado posse retornou a Vilhena para anunciar algum tipo de ação em benefício da cidade? Pois é…
E não adianta os políticos apresentar como desculpa o fato de apenas agora terão oportunidade de começar a agir no sentido de alavancar recursos, pois só podem inserir emendas parlamentares ao próximo orçamento. Haveria outras formas de angarias verbas federais para o Cone Sul através de outras iniciativas, como emendas extra orçamentárias ou promover ações no sentido de liberar inserções do gênero feitas por parlamentares da gestão passada e ainda não efetivadas pelo governo federal. Mas nada disso acontece.
A perspectiva favorável desta situação difícil é uma só: que o amargo remédio sirva de lição aos eleitores do Cone Sul para que não repitam mais este erro nas eleições futuras. Votar em candidatos de outras praças é fria na certa. E, para fazer justiça e responder a pergunta de dois parágrafos acima: a deputada federal Mariana Carvalho foi a única a voltar em Vilhena, mas nada viabilizou de concreto. Os outros que pisaram no Cone Sul neste ano ficaram apenas no blábláblá.
Fonte: Extra de Rondônia
Foto: Vicente Moreira
