O juiz de Direito, Adriano de Lima Toldo, da 2ª vara de execuções penais em Vilhena, fez uma espécie de desabafo com misto de crítica contra o Governo do Estado de Rondônia na noite desta quarta-feira, 25, em audiência pública na câmara de vereadores de Vilhena, em relação ao desinteresse do Poder Executivo Estadual em desenvolver políticas públicas adequadas para solucionar os problemas do sistema carcerário rondoniense.
O magistrado fez um breve relato das condições precárias que se encontra o sistema penitenciário no município, e apresentou dados que constatam um déficit de profissionais qualificados trabalhando no setor.
As críticas do juiz foram feitas diretamente ao vice-governador, Daniel Pereira (PSB) que também estava presente no encontro.
Segundo Adriano de Lima Toldo, o Centro de Ressocialização Cone Sul, também conhecido como presídio de segurança máxima (assim apresentado pelo Governador de Rondônia, Confúcio Moura – PMDB – à época em que fora inaugurado), de segurança máxima não tem nada. “É de segurança mínima, se é que há segurança”, criticou.
O juiz continuou sua crítica-desabafo dizendo que a situação atual do presídio é uma vergonha, “pois não há sequer telefone no local”, disse. Adriano de Lima Toldo relatou, ainda, que não há uma demonstração efetiva, por parte do estado, em solucionar problemas relacionados ao sistema prisional, criticou a falta de interesse em tirar do campo das ideias, ações que possam ao menos amenizar o inchaço da comunidade carcerária.
As críticas do juiz mostraram parte de sua indignação com relação à falta de investimentos do Governo do Estado de Rondônia. “Estamos cansados de pedir as coisas e não sermos atendidos. Não temos condição de pôr um preso pra trabalhar porque não há agentes em números satisfatórios para acompanhá-lo”, comenta.
Ainda, segundo o magistrado, o problema de déficit no quadro de agentes ainda é um problema sem solução.
VICE CONCORDA
O vice-governador, Daniel Pereira, comentou a fala do juiz ao final do encontro. Segundo ele, o magistrado tem toda razão e está certo em criticar o sistema. “Este é um problema a nível de Brasil. Hoje, o estado de Rondônia vem enfrentando um problema sério em relação ao assunto e estamos buscando alternativas para amenizá-lo”, garantiu.
Pereira explicou que não há como fazer uma projeção de demanda no regime prisional, uma vez que o número de encarcerados aumenta gradativamente. “Atuamos para atender os números daquele momento”, explicou.
Texto: Extra de Rondônia
Foto: Divulgação