A ACIV (Associação Comercial e Empresarial de Vilhena) encomendou pesquisa de opinião pública entre o empresariado vilhenense para medir o grau de satisfação da categoria com a maior festa da região, a Expovil.
Segundo o presidente da ACIV, o advogado Josemário Secco, o motivo principal da entidade ter encomendado a pesquisa é o fato da entidade organizadora da Expovil receber recursos públicos para a realização da festa. “Sabemos que a Aviagro é uma associação particular e fechada e que a Expovil é um evento pago, mas a medida em que a Aviagro recebe recursos públicos para sua realização, ela deve prestar contas disso para a sociedade. O que não tem acontecido”, disse o presidente da ACIV.
A pesquisa realizada pelo IRPE (Instituto Rondoniense de Pesquisa e Estatística) tinha 13 perguntas diretas. A última pergunta trata justamente sobre esse tema.
Ao serem perguntados se o dinheiro público do município deve ser usado na Expovil, 73,1% dos entrevistados responderam que não, 25% responderam que sim e 1,9% dos entrevistados não souberam responder.
Entre os que responderam negativamente, 38,5 dizem que o município tem prioridades a receberem investimentos públicos, 8,7% não concordam com o repasse porque dizem que o evento tem financiadores e patrocinadores e 6,7% alegam que o município não tem retorno algum com o dinheiro público investido na festa particular.
A pesquisa também sondou se os entrevistados sabem para onde vai o lucro da Expovil, sendo que apenas 33,7% disseram saber quem lucra com o evento. Entre os 66,3% que não sabem para onde vai o lucro da festa, 15,9% disseram que gostariam de saber e que a Aviagro deveria divulgar essas informações.
Ainda, sobre o quesito “transparência”, somente 3% dos entrevistados informaram saber quantos sócios a Aviagro possui. Em outra pergunta, 77,2% dos entrevistados afirmaram que gostariam que a Aviagro prestasse contas da Expovil para a população.
Os pesquisadores também questionaram a forma conduzida pela Aviagro na administração da festa. Apenas 3,8% disseram que foram consultados alguma vez pela Aviagro para dar sugestões para a Expovil. Uma maioria esmagadora, 96,2% informou que nunca foi consultado pela Aviagro.
Ao serem perguntados sobre o valor dos espaços comerciais da festa, apenas 17% acham que o valor cobrado pelos stands está compatível com o evento. Para 70% dos entrevistados, o valor é muito alto, e 5º consideram que o valor não é compatível devido o nível do evento. Outros 5% não sabem quanto se cobra pelo stand ou acham que o valor poderia ser mais baixo. Já 3% não souberam responder.
Perguntados se têm interesse em participar da Expovil, apenas 19,6 dos entrevistados responderam que sim. Já 20,6% responderam que não tem interesse por ser muito caro e por não dar retorno, e 59,8% disseram não ter interesse por outros motivos.
Em outro questionamento, 21,2% dos entrevistados informaram que já participaram como expositores da Expovil. Os outros 78,8% nunca expuseram, ou por falta de interesse, porque consideram caro e inviável, ou por outros motivos.O pós-festa também foi mencionado na pesquisa que revelou que após a Expovil a cidade vive uma espécie de ressaca comercial.
Segundo 15% dos entrevistados as empresas deles tiveram aumento nas vendas após a festa e 12% não souberam responder. Mas a grande maioria, 73%, disseram que as vendas não aumentaram. O contrário acontece para 36% dos entrevistados que disseram que suas vendas diminuem depois da realização da Espovil.
Ao comentar sobre os resultados da pesquisa e sobre a motivação de sua encomenda, o presidente da ACIV voltou a afirmar que, nem ele pessoalmente, nem a ACIV enquanto uma entidade de classe, são contra a Expovil. “Nosso posicionamento não é contra a feira em si. Pelo contrário, somos favoráveis a realização da exposição, porém defendemos que a festa seja realizada com maior transparência e maior participação da comunidade, até porque pela grandeza, tradição e reflexo social da Expovil, a sua realização tornou-se de cunho público. Por isso a ACIV entende e defende que a organização da festa deve ter a participação da sociedade”, explica.
SOBRE A PESQUISA
Os dados que resultaram neste relatório foram colhidos através de amostragem sistemática e estratificada, com aplicação de formulário em entrevista direta, in loco, aos empresários do município de Vilhena.
O formulário continha questões fechadas que resultaram em dados qualitativos. Foram ouvidos 125 empresários de um universo de cerca de 4 mil empresas. O trabalho de campo foi realizado nos dias 7 e 9 de abril de 2016. A margem de erro é de 2,0 pontos percentuais para mais ou para menos e o intervalo de confiança é de 95%.
Texto e foto: Assessoria
Gráficos: Assessoria