Médicos lotados no Hospital Regional do município de Vilhena solicitaram na manhã desta sexta-feira, 15, uma entrevista coletiva a respeito da morte do padeiro Rafael Bristotti, que rendeu muita discussão nessa semana por conta das críticas feitas por familiares do rapaz.
Segundo o médico André Oliveira de Carvalho, que liderou o grupo, todos os procedimentos cabíveis foram utilizados no caso do rapaz, que deu entrada na unidade de saúde com 37.9 graus de febre.
Ele foi enfático ao dizer que a causa morte do rapaz foi falência múltipla dos órgãos. Rafael, segundo os médicos, apresentava hemorragia pulmonar que pode ter sido gerada por uma série de problemas como, por exemplo, infecção por fungos, vírus ou bactérias, pneumonia, e até mesmo H1N1.
O médico explicou que o problema nos pulmões no paciente dificultaram a entrada de oxigênio nas vias respiratórias, fato que contribuiu para a morte de Rafael. O profissional de saúde contradisse o questionamento apresentado pela família do rapaz de que houve falta de oxigênio na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
André Oliveira de Carvalho explicou que a unidade tem uma série de precauções para evitar que falte oxigênio aos pacientes. “Mesmo que todos os alertas falhem, ainda temos oxigênio disponível individualmente em cada leito da UTI”, explicou.
Questionado sobre a possibilidade de Rafael ter ficado sem medicamento, o médico, que falou em nome da equipe, descartou a hipótese. “Não faltou nenhum tipo de medicamento pra ele”, garantiu.
Pelos sintomas apresentados por Rafael no momento em que foi atendido, que geraram uma série de possibilidades acerca do diagnóstico, o médico explicou que foi dado “um tiro de canhão” a fim extinguir as dores e os sintomas apresentados pelo paciente. “Tudo o que estava ao nosso alcance foi feito, mas infelizmente o Rafael não respondeu ao tratamento”, conta.
Muito embora sejam unânimes no fato de que Rafael morreu em decorrência de falência múltipla dos órgãos, os médicos que participaram da entrevista coletiva preferiram não arriscar um palpite sobre o que pode ter causado o problema. “Coletamos material que será encaminhado para análise. Nós não sabemos quando sai o resultado”, especificou André Oliveira de Carvalho.
FUMANTE
Um dos médicos que atendeu Rafael Bristotti durante sua passagem pelo Hospital Regional garantiu que o paciente confirmou ser fumante e que fazia uso contínuo de Narguilé.
A equipe médica acredita que o fato de o rapaz consumir tabaco com frequência pode ter potencializado e contribuído para a evolução do quadro que resultou em óbito. O médico André Oliveira de Carvalho disse fez uma pesquisa e constatou que o Narguilé faz tão mal aos usuários quanto o cigarro tradicional, e uma hora de uso é o equivalente ao consumo de aproximadamente 200 cigarros.
Texto: Extra de Rondônia
Fotos: Extra de Rondônia