A Polícia Civil, em nova operação de combate à corrupção, cumpre mandado de busca e apreensão de documentos na prefeitura municipal de Chupinguaia e requisita perícia em obras públicas com denúncia de desvios, naquele Município.
Desde as primeiras horas da manhã desta quarta feira, 20, dois delegados de polícia, um escrivão, oito agentes e um perito criminal estão buscando documentos na Prefeitura de Chupinguaia e periciando obras públicas na cidade.
A denúncia é que houve várias contratações ilícitas que vão desde pagamentos irregulares de empresa funerária, sem qualquer espécie de licitação, com funerais pagos a familiares “amigos” de políticos, até asfaltamento e calçamento com custo de quase meio milhão de reais aos cofres públicos, sem a mínima conclusão da obra, além de denúncias com fortes indícios de desvios de cestas básicas, e de pagamentos fraudulentos de aluguéis de imóveis, em grande parte com indevido uso de recursos da assistência social do Município.
“São indícios graves de irregularidades; até mesmo desvios de cestas básicas, além de outros ilícitos ocorrendo principalmente em mau uso de verbas da assistência social. Esse é apenas o começo da investigação e neste início precisamos buscar e apreender, com a devida autorização judicial, não dando chances a sumiço de provas, documentos que sirvam para futura comprovação de crimes relatados na denúncia que recebemos, além de hoje realizarmos, junto da polícia técnica, exames periciais em alguns locais da cidade, com essa mesma finalidade. Se confirmarmos os indícios através dos documentos hoje levantados com a busca e apreensão, configurado esta prática de crimes como dispensa indevida de licitação e peculato, praticados justamente com verbas de um setor que deveria ser destinado diretamente a pessoas menos favorecidas financeiramente, o que é mais grave ainda aos olhos da investigação e isso não ficará impune” ponderou o Delegado de Polícia Regional da Polícia Civil, Fabio Campos, que preside a investigação.
Algumas dessas irregularidades já haviam sido, em parte, constatadas por uma comissão em processo administrativo instalada e presidida pela procuradoria da própria Prefeitura Municipal, após fiscalização e cobrança da Câmara Municipal, no segundo semestre do ano passado.
Mas um dos principais investigados, na época Secretário Municipal de Assistência Social, que chegou a ser afastado do cargo, mesmo com indícios de alguns casos de corrupção apurados, voltou, em janeiro deste ano, a ocupar novo cargo de relevância, agora o de Secretário Municipal de Cultura e Turismo de Chupinguaia.
Daí o nome dado à operação, Metástase, que assim como a aparente corrupção sistêmica e migrante em setores da Prefeitura, refere-se o termo à migração, pelo corpo humano, de vetores patológicos (parasitas ou mesmo células cancerosas), provenientes de uma lesão inicial.
Texto: Assessoria
Foto: Extra de Rondônia