A vereadora Mariley Novaki Lima (PT), presidente da Câmara de Colorado do Oeste, usou a tribuna da Casa de Leis para justificar – e ao mesmo tempo fazer um desabafo público – sobre o pedido de formação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostos atos fraudulentos na sua gestão.
O pedido deveria entrar em pauta há três semanas. Entretanto, na sessão ordinária desta segunda-feira, 2, a vereadora explicou que o requerimento foi feito de forma errada.
A reportagem do Extra de Rondônia acompanhou a sessão legislativa. De acordo com Novaki, o requerimento foi apresentado para “apurar alteração de denominações de prédios e logradouros públicos”, o que nada tem a ver com sua gestão.
“Deixei bem claro aos vereadores que quando me apresentarem um requerimento certinho, ela entra em pauta. Se os vereadores acham que estou infringindo o regimento interno, podem entrar com recurso. Não devo e se estiver errada vou pagar por isso. Já entreguei uma cópia do processo licitatório para cada vereador tirar suas próprias conclusões”, explicou Novaki.
Ela afirmou que, há um ano, o orçamento da obra em investigação no Ministério Público (MP), ficaria em R$ 70 mil. Mas que, no final das contas, a obra ficou por R$ 49 mil.
Mariley também acusou seus colegas de perseguição e de fazer politicagem. O desabafo era direcionado mais especificamente ao vereador Almiro Dias da Silva, o popular “Almiro da Cafeeira”, um dos autores do pedido de CPI. “Eu sei Almiro que seu objetivo é meu afastamento, mas não devo nada. Não vou perder a cabeça, pode falar o que o senhor quiser. Eu tenho trabalho, compromisso. Eu já ví que isto virou perseguição, uma injustiça, uma palhaçada. É isto que venho sofrendo na pele”, concluiu.
O CASO
Nove dos onze vereadores assinaram requerimento para criação de uma CPI contra atos suspeitos de Mariley Novaki.
Ela vem sendo investigada pelo MP por suposta fraude em licitação. Segundo o órgão, a vereadora petista abriu um processo licitatório para reforma do sistema elétrico do prédio da câmara de vereadores.
O processo, de acordo com o MP, contém fortes indícios irregularidades, começando pelo fato de que os trâmites burocráticos da licitação iniciaram no mesmo momento em que a obra, sem ter uma empresa vencedora do certame.
Texto: Extra de Rondônia
Fotos: Extra de Rondônia
