Prestes a entrar no último semestre de seus oito anos de gestão à frente do Município, o prefeito vilhenense declarou em entrevista exclusiva ao Extra de Rondônia que sua meta é deixar a administração em dia para o próximo Chefe do Executivo.
Entre as metas para o fim do mandato está a definição acerca do comando do Hospital Regional, que ele alega estar além das condições da prefeitura.
Zé Rover estará na Assembleia Legislativa na próxima semana, onde pretende expor a situação à Comissão de Saúde do Poder Legislativo estadual.
Em visita à redação do site, nesta terça-feira, 3, o prefeito reconhece que o atendimento ao público no Regional está aquém do padrão que a população necessita, mas ressalta avanços que considera importantes na unidade realizados na sua administração. “Em 2.009, quando assumi o Executivo, o Regional era um simples pronto-socorro, com instalações precárias e escassa oferta de serviços. Fizemos ampla reforma e investimentos para melhorar as condições do hospital, instalamos mais dois centro cirúrgicos, a UTI e a maternidade, entre outras melhorias”, destacou.
Os problemas atuais do Regional se devem em parte a falta de cumprimento de acordos estabelecidos com o Estado, caso do convênio para atendimento de casos de média e alta complexidade na área de ortopedia, o qual foi suspenso após apenas quatro meses de implantação. “Isso fez com que investimentos que havíamos realizado com contratação de profissionais e outros tipos de suporte acabassem elevando as despesas sem a devida contrapartida”. O prefeito também disse que o governo estadual investe muito pouco no sistema, com injeção média entre 250 e 300 mil reais ao ano, além do apoio financeiro para funcionamento da UTI. “Não é o suficiente dado a demanda regional que acaba sendo direcionada para Vilhena”, justifica.
Rover também argumentou que o fechamento do Hospital Santa Helena, ocorrido há alguns anos, acabou elevando a demanda do HR. “Muitas pessoas que teriam condições de arcar com despesas hospitalares acabaram ficando sem opção, e foram buscar atendimento na rede pública”.
A situação pode ficar ainda mais complicada após a inauguração do Centro de Ortopedia, da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), e do Programa do Parto Humanizado. “Será necessária a contratação de pelo menos mais 200 profissionais para atender estas novas unidades, sobrecarregando ainda mais as despesas do Município com o setor. O próximo prefeito e os que vierem a seguir não terão a menor condição de tocar o sistema se a responsabilidade de manter o Hospital Regional permanecer a cargo do Município”, disse.
O prefeito considerou “positiva” a vinda dos integrantes da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa para vistoriar as condições do Regional, ocorrida na semana passada. No entanto, “apesar da indiscutível competência dos parlamentares”, faltou detalhamento e informações atualizadas para a correta avaliação.
Por isso, Zé Rover tomou a iniciativa de agendar no Legislativo estadual audiência na próxima quinta-feira, ocasião em que levará demonstrativos para embasar sua argumentação. “Acredito que é necessária a união entre as instituições a fim de encontrar uma saída para a questão, e não penso desta forma em causa própria, uma vez que meu mandato está terminando. No entanto gostaria de deixar esta situação encaminhada para o próximo prefeito, pois no final quem está sofrendo na pele com a situação são os usuários do sistema. Chegou a hora do governo do Estado assumir de fato seu papel e responsabilidade com a saúde, deixando para o Município o que é de sua exclusiva competência, que é a saúde básica e de baixa complexidade”, encerrou.
O prefeito falou também sobre outros assuntos na entrevista, os quais serão assunto de reportagem a ser publicada ainda nesta semana.
Fonte: Extra de Rondônia
Foto: Assessoria
