Nely Soares, presidente da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis do Cone Sul
Nely Soares, presidente da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis do Cone Sul

Nely Soares, presidente da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis do Cone Sul (ASPOSV), denunciou ao Extra de Rondônia o que pode ser um crime ambiental: a empresa contratada pela prefeitura de Vilhena estaria enterrando o lixo doméstico sem a devida reciclável.

Ao site, ela explicou que desde segunda-feira, 1, o local de transbordo do lixo, localizado no Lote 67-A5, Setor 12, Gleba Corumbiara, onde funcionava o “antigo lixão”, está fechado.

Nely disse que os caminhões estão levando o lixo da cidade diretamente até o aterro sanitário, e que lá não há catadores para fazer o processo de separação dos resíduos sólidos.

Segundo ela, todo o lixo da cidade está sendo enterrado de qualquer maneira, o que representaria crime ambiental.

Nesta quarta-feira, 3, Nely salientou que foi até o Ministério Público (MP) para denunciar o caso, mas foi informada que o promotor de justiça, curador do meio ambiente, está de férias. “Entretanto, me disseram para retornar, já que um promotor substituto vai me atender para quem relatarei o caso e o drama que mais de 20 catadores vivem, já que sem o lixo, não há como trabalhar, o que é o sustento de nossas famílias”, frisou.

Nely cobrou as promessas do Serviço Autônomo de Águas e Esgotos (SAAE) feitas perante o MP, em maio de 2015, quando os diretores assinaram um Termo de Ajustamento e Conduta (TAC) para melhorar as condições de trabalho e respeitar normas básicas do meio ambiente. Um dos itens principais foi a construção de um barracão para que sirva de local de repouso dos catadores.

O compromisso da SAAE também foi o eficaz funcionamento da unidade de transbordo do lixo, através de normais essenciais, como a área ser totalmente impermeabilizada para evitar o contato direto dos resíduos com o solo; e o sistema de drenagem na área destinada ao descarregamento e depósito dos resíduos, possibilitando que o chorume produzido seja encaminhado para uma caixa coletora impermeabilizada e estanque. “Nada foi cumprido. Queremos condições de trabalho”, desabafou a representante dos catadores.

Nely esclareceu ainda um comentário maldoso que corre na cidade a respeito da taxa de lixo cobrada nas contas de água, e que seria para os catadores. “Nada disso é verdade. O dinheiro vai para os cofres do SAAE”, encerrou.

 

Texto: Extra de Rondônia

Foto: Extra de Rondônia

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