O delegado regional da Polícia Federal (PF), Flori Cordeiro Miranda Júnior, ainda na entrevista coletiva à imprensa na tarde desta sexta-feira, 21, reafirmou o montante do valor recebido de “propina” por vereadores em apenas um loteamento: R$ 500 mil.
Eles são acusados de receber o valor ilegalmente em esquema para aprovação de loteamentos na cidade.
O delegado da PF se mostrou revoltado ao ser perguntado se o vereador Vanderlei Graebin (PSC), por ser advogado, terá que cumprir prisão domiciliar.
Na entrevista, Flori desabafou: “É uma indignação que não posso deixar de externar. Como policial eu tenho grande decepção em dizer que está em prisão domiciliar, mas também tenho a impressão que cabe um profundo constrangimento por essa situação à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Os advogados do Estado de Rondônia são uma casta privilegiada de impunidade porquanto eles não podem ser presos como cidadãos comuns”, diz ao lembrar a história de luta da entidade pela democracia e os direitos humanos, e sugeriu ação civil pública contra o Estado para forçar a construção de uma sala de Estado-Maior “para abrigar advogados criminosos”.
Flori explicou que o vereador Graebin, após se apresentar à PF, foi levado ao presídio do Cone Sul para a colocação de tornozeleira eletrônica.
Com relação à probabilidade de outras prisões, o delegado disse que, por hoje, só foi a de Graebin, mas afirmou que a operação continua. Na manhã desta sexta-feira, 21, em revista na casa do vereador foram apreendidos documentos pertinentes à ação.
Ainda, o delegado explicou que Graebin está afastado do exercício da função pública por determinação da Justiça. Ele disse que não poderia se aprofundar nas explicações, já que o caso é tratado em sigilo pela justiça.
Texto: Extra de Rondônia
Foto: Extra de Rondônia