A própria direção da instituição denunciou o esquema, a partir de informações recebidas de pessoas que não concordaram com a prática.
“Iniciamos a investigação de pronto e todas as medidas cautelares e meios extraordinários de investigação que poderiam ser disponibilizados e executados durante esse curto período que tínhamos até a execução da prova foram executados”, disse.
A Polícia realizou monitoramento intenso por uma semana e dois dias antes da aplicação da prova teve a identificação e a qualificação dos integrantes da quadrilha que executariam a fraude. O líder do bando é Áureo Moura Ferreira, especialista em fraudar concursos. “Nós já tínhamos conhecimento da fraude que ele tinha aplicado em 2014 no estado de Minas Gerais, o que facilitou nosso trabalho de investigação, pois nós conhecíamos o modus operandi dele naqueles fatos.
A partir desse momento nós monitoramos e identificamos alguns candidatos que fizeram parte do esquema e conseguimos, após a execução da prova, flagrar esses candidatos com um ponto eletrônico de transmissão de sinais.
O próprio Áureo e o seus comparsas foram flagrados nos arredores da Fimca, portando uma maleta de transmissão de sinais. No hotel em que ele estava hospedado encontramos outros apetrechos que também são utilizados para cometer essa fraude.”, detalhou o delegado.
Segundo a delegada Ingrid da Silva Brito Brandão foram identificados 15 candidatos que estavam no esquema. A informação inicial era 32, mas apenas 15 foram confirmados na lista de inscritos e destes 7 foram flagranteados, além de uma menor detida.
Mesmo assim já há provas contra os demais. “Nossa ação foi completamente posterior ao preenchimento dos gabaritos. Não entramos nas salas de aula, recolhendo os candidatos identificados. Eles, no momento da saída, foram abordados e passaram por um procedimento de revista com nossos profissionais”.
Das pessoas presas, três haviam pago a fiança de 10 salários mínimos, até a manhã desta segunda-feira. “A informação que tivemos é que o valor cobrado pela associação criminosa era de R$90 mil. Era um contrato de risco, no entanto. A pessoa só pagaria se passasse no vestibular.”, diz a delegada.
Fimca
O diretor-geral da Fimca, Aparício Carvalho destacou o trabalho da Polícia e confirmou que uma de suas professoras foi presa, mas ela não repassou nenhum gabarito. Apenas pagou à quadrilha para passar. “A partir do momento em que nós fizemos a felicidade de encaminhar um documento pedindo apoio da inteligência da Polícia Civil, fomos prontamente atendidos.
Fizemos, juntamente com eles, algumas diligências importantes em conjunto para desbaratar essa quadrilha que atua em todo o país. Não foi só a Fimca sobre graves prejuízos com esse processo, outras instituições também foram fraudadas e seria muito bom continuar com essa investigação para colocar todos esses bandidos na cadeia. Bandidos que sabemos que entraram na instituição e que podem ser futuros médicos, futuros profissionais, porque também não é só a faculdade de Medicina que eles fraudam, mas vários concursos públicos. Então acho essa investigação muito importante.”, afirma.
De acordo com Aparício e como as investigações ainda não encerraram, se houver comprovação de que o esquema foi utilizado no passado, os envolvidos que estudam lá serão expulsos. “Não podemos admitir”, disse, explicando que uma das pessoas que está presa foi professora da instituição no curso de Fisioterapia e ela também pagou aos bandidos para passar em Medicina. “A prova não vazou, o que houve foi essa situação aí.”
Os membros da quadrilha foram indiciados por associação criminosa, fraude em certames e corrupção de menores.
Fonte: Rondoniagora