Há um temor, beirando a histeria, na enorme sucessão de boatos que circulam principalmente no extremo sul do Estado, no sentido de que a delação premiada que o ex prefeito de Vilhena, José Rover, acusado e preso por vários crimes de desvio de dinheiro público, possa representar uma espécie de Fat Boy, o nome da bomba atômica jogada sobre Hiroshima, no Japão, no final da Segunda Guerra.

Todas as declarações de Rover, que fazem parte da delação feita para o Ministério Público, estão no Supremo Tribunal Federal para homologação. O acordo estaria prestes a ser autorizada pelo STF. Tudo está sendo mantido em total sigilo, como segredo de Justiça, mas isso teve efeito contrário.

Como não se sabe o que é verdade e o que é mentira, a boataria que grassa de Vilhena para todo o Estado é de que José Rover teria denunciado mais de uma centena e meia de políticos, de vários siglas, ocupando os mais diferentes cargos e que, quando divulgada, a delação cairia como uma daquelas bombas que causam danos durante anos.

Por que o assunto está no STF? Isso tem razão de ser e alimenta ainda mais a onda de comentários e boatos. O STF está analisando o caso porque nele haveriam graves denúncias sobre políticos que têm foro privilegiado e que só poderiam ser processados na Suprema Corte brasileira.

Na área criminal, José Rover teria negociado uma grande redução de penas que possam eventualmente lhe serem imputadas. Não tanto quanto a punição zero, como os irmãos Batista, da JBS, mas com muitas vantagens que permitiriam ao ex prefeito nem sequer cumprir algum tempo de prisão. Na área cível, ainda corre o boato de que ele teria aceitado devolver pelo menos 4 milhões de reais desviados aos cofres públicos.

É sempre bom lembrar que delação premiada não é prova, mas mesmo assim, ela pode causar estragos irrecuperáveis na carreira de denunciados. Estamos assistindo casos concretos hoje, em nível nacional. Lula, Dilma, Aécio Neves e Michel Temer, entre outras figuras menos importantes, todos estão com suas vidas em frangalhos, a partir das delações. Por aqui, o caso Rover pode representar um enorme baque em carreiras e histórias políticas, caso uma só pequena parte da boataria tenha alguma base real.

O caso é sério e não se pode ignorá-lo. A delação do ex prefeito de Vilhena, José Rover, pode implodir muita coisa na política rondoniense. Ou, se nada for provado, terá sido apenas um traque, de um jovem político que tinha grande futuro, mas se encantou com a ilegalidade, quando viu a riqueza que o poder lhe proporcionou!

Texto: Sérgio Pires

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