Com cerca de 200 agentes, a Polícia Civil de Mato Grosso realiza, na manhã desta quinta-feira, 17, uma operação que abrange outros três Estados, contra quadrilhas especializadas em roubo e furto de carros.
A operação foi batizada de Ares Vermelhos – remete ao deus grego das guerras selvagens com sede de sangue, daí o complemento “vermelho”, devido a cor.
A previsão é de que serão cumpridos 51 mandados de prisão, 12 de condução coercitiva e 62 de busca e apreensão.
Segundo as informações, as quadrilhas atuavam por por ordem de membros da facção criminosa Comando Vermelho, que atua dentro dos presídios.
Além de Rondônia, há mandados de prisão em Mato Grosso do Sul, Pará e Mato Grosso.
Os crimes eram chefiados por quatro integrantes da facção que estão presos em Mato Grosso, que encomendavam veículos a comparsas que estão soltos.
A estimativa é de que o esquema seja responsável por 409 roubos ou furtos dos 682 ocorridos, em três meses das apurações.
As prisões preventivas são cumpridas nas cidades de Barra do Garças (1), Jaciara (1), Nova Olímpia (1), Cuiabá (33), Várzea Grande (2), Chapada dos Guimarães (2), 5 em Campo Grande (MS) e 6 em Rondônia.
As conduções coercitivas são cumpridas em Nova Olímpia (2), Sinop (1), Cuiabá (6), Várzea Grande (1), Rondonópolis (1) e Estado do Pará (1).
Como agiam
Os crimes eram liderados por quatro principais membros da organização criminosa, que estão presos em unidades prisionais de Mato Grosso. Eles encomendavam veículos para comparsas do lado de fora, que agiam como verdadeiros “soldados do crime”, executando os roubos conforme a necessidade (modelo e cor) da organização.
Assim, usando carros clonados promoviam rondas pela cidade, em grupos de três a quatro pessoas, objetivando encontrar vítimas com veículos, de acordo com as características repassadas pelos líderes.
Caso encontrassem a pessoa desatenta, embarcando ou desembarcando de seu veículo, rapidamente entravam em contato com seus “superiores” e mencionavam o que tinham à disposição. Se o comando criminoso se interessasse pelo veículo, promoviam o roubo.
Duas características faziam do roubo uma ótima opção e a mais realizada. A primeira, pela facilidade de tomar as chaves originais (possibilitando a ação de um criminoso sem conhecimentos específicos de mecânica/elétrica – ligação direta e outros necessários para o furto) e documentos do veículo e bens das vítimas.
A segunda, o perfil das vítimas, que por estarem distraídas ou em momento de descontração, possibilitava a aproximação dos criminosos e uma abordagem armada sem maiores problemas.
A Polícia Judiciária Civil estima que o grupo criminoso tenha sido responsável por 60% dos roubos e furtos de veículos automotores ocorridos nos três meses da apuração.
No período da operação “Ares Vermelho” foram contabilizados 682 roubos e furtos de veículos (410 roubados e 272 furtados), sendo atribuído a organização 409 veículos roubados ou furtados na região metropolitana.
O ganho na revenda ou troca dos veículos de origem criminosa rende, em média, R$ 3 mil para os envolvidos.
Caso não tivesse ocorrido à recuperação de 90% dos veículos subtraídos em Cuiabá e Várzea Grande, em ação das forças policiais, a estimativa de lucro seria de R$ 1,2 milhão no curto tempo da investigação.
Fonte: Rondoniagora