Frequentemente comparamos a atuação das empresas multinacionais com as nacionais, tentando descobrir os “segredos” que fazem aquelas verdadeiras fábricas de geração de lucro enquanto estas (empresas nacionais) parecem alcançar resultados mais modestos.
Por que acontece isso? Como fazer para mudar essa situação?
1.-Toda Multinacional tem parâmetros operacionais e financeiros pré-estabelecidos, tais como custos industriais, retorno sobre o investimento, giro dos ativos, ponto de equilíbrio; capital de giro próprio, fluxo de caixa líquido, critérios para a conversão das demonstrações contábeis de reais para uma moeda forte… Tais empresas já desfrutam de um elevado conceito quanto à qualidade em seus produtos e serviços.
Nada é feito de improviso; tudo é planejado com antecedência. As diversas áreas da firma têm metas pré-estabelecidas. A cultura da multinacional é pensar, produzir e obter resultados em moeda forte. Moderna tecnologia é empregada nos processos industriais o que se torna um diferencial expressivo. Os funcionários estão comprometidos com a obtenção de resultados. Em outras palavras, você sempre sabe “onde” está, quais os “meios” que dispõe para melhorar sua “performance” e como fazer para chegar ao seu “objetivo final”.
2.-Por outro lado, a experiência tem demonstrado que muitas Empresas Nacionais tem um enfoque diferente. Muitas delas encaram o Planejamento como algo mais “orientativo” e não rígido; acham que os parâmetros devem ser “flexíveis” ao invés de inflexíveis; com frequência não são criadas Normas e Procedimentos porque elas “engessam” a organização; não se “profissionalizam” porque os cargos chaves estão previamente garantidos aos familiares; elas procuram dar os cargos mais elevados a membros da família em vez de ir ao mercado em busca de pessoas “competentes”; procuram oferecer aos clientes “preços baixos” deixando em segundo plano a “qualidade”. Em suma, muitas dessas empresas são “indisciplinadas”. Pior do que isso, não querem se comprometer com “metas” nem com a obtenção de “resultados” específicos mensais.
Convido você – proprietário ou administrador de uma empresa nacional – a fazer uma autocrítica, uma reflexão séria e isenta sobre os dois enfoques gerenciais (multinacionais x nacionais) acima abordados.
Felizmente, nos últimos anos, surgiram alguns grandes e fortes grupos nacionais, que estão se internacionalizando. Eles tem avançado com sucesso e disputado o mercado palmo a palmo. Que isso sirva de estímulo para nós outros, provando que a competência, quando empregada com critério e em todos os níveis hierárquicos, produz resultados superiores e até a liderança do mercado. Também podemos concluir que: A-Os administradores brasileiros não são inferiores aos seus colegas de outros países; B-Devemos ser humildes para reconhecer nossas deficiências; C-Ser corajosos para inovar; e D-Aprender sempre com as virtudes de nossos concorrentes !
Humberto C. Lago é Consultor Empresarial e Diretor da PROSPERUS.
Fonte: Extra de Rondônia