Eletrobras Rondônia divulgou, neste mês de novembro, que teve um prejuízo de R$ 33 milhões com ligações clandestinas de energia em todo estado, o chamado “gato”. O valor do furto de energia ocorreu entre setembro de 2016 e setembro de 2017, quando foram desviados 749.054 Megawatt-hora (MWh) da rede elétrica.
Segundo o gerente de medição e fiscalização da Eletrobras, Cleyton Silva, metade desse valor furtado será cobrado na conta de luz dos mais de 600 mil consumidores de Rondônia em 2018. Ou seja, dos R$ 33 milhões de prejuízo, R$ 16,5 milhões serão pagos pelo contribuinte.
“Anualmente temos um calendário, que ocorre o que chamamos de reajuste e o de Rondônia acontecerá em novembro. Só lembrando que o reajuste pode ser tanto para mais como para menos. Como em diversas vezes foi para menos, hoje estamos com o quilowatt-hora entre R$ 0,54 e R$ 0,55. Dos 749.054 Mwh de perda não técnica, aproximadamente 177.880 Mwh, ou R$ 33.131.928,80, são repassados na tarifa do consumidor durante o ano”, explica Cleyton.
O valor que é repassado para os consumidores, segundo Cleyton, é aceito e autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
“Nesses casos a Aneel autoriza com que a gente passe para a tarifa do consumidor, aproximadamente, 50% do valor perdido. Os outros 50% quem paga é a própria empresa”, esclarece.
O gerente explica que, por questão de organização, Rondônia é dividido em três partes: Norte, Centro e Sul. Isso é feito para que se possa, por média porcentual, ter os resultados de cada região também em questão de perdas.
“Na avaliação mensal, a qual fechamos setembro deste ano, a região Norte, com predominância em Porto Velho, mas que inicia em Itapuã do Oeste e vai até Nova Califórnia, temos o percentual de perda de energia de 38,89%”, afirma.
Já na Região sul, que abrange a região de Cacoal e vai até Vilhena, a porcentagem de energia furtada é de 14,84%.
No Centro do estado, que tem como sede Ji-Paraná (RO), mas inicia em Ariquemes (RO) e vai até Presidente Médic (RO), a perda é de 28,13%.
“Acredito que essa diferença discrepante do sul com as demais regiões seja por questão da conscientização das próprias pessoas. O total de todo o estado tivemos a perda de 29,12%”, diz Cleyton.
Porto Velho
Na capital, Cleyton conta que as regiões periféricas são as que mais fazem as ligações clandestinas e que, por muitas vezes por acontecer em áreas de invasão, a Eletrobras não tem apoio da prefeitura para realizar o procedimento adequado do desligamento.
“Só na Zona Sul existem três bairros com rabichos. Ali são mais de 400 famílias. Já conseguimos regularizar grande parte, mas a maioria dessas invasões acontecem em áreas de reservas ou privadas. O próprio município não nos autoriza a entrar. Aí o pessoal que já invadiu a área começa a fazer os ‘rabichos’ e puxam da nossa rede”, fala.
Ações para conscientização da população
Como medida de conscientização a essas pessoas que fazem a ligação clandestina, a Eletrobras, em parceria com a Defesa Civil, tem uma equipe se deslocando até essas regiões periféricas para quantificar a perda da energia como também alertar os riscos e danos da prática o furto é o que fala Cleyton.
“Equipes específicas para fazer o levantamento de medições e também para quantificar a perda da energia além de fotografar o local são enviadas a essas áreas. Chamamos a Defesa Civil para o nosso lado, pois muitas vezes as pessoas só vêm o lado da empresa como sendo benéfica a questão do recebimento em dinheiro do que está sendo furtado, mas é que a prática desse tipo de ligação oferece riscos de morte além do crime propriamente dito. A Eletrobras tem a preocupação com a integridade física dos clientes e também dos clientes em potenciais”, diz.
Campanhas contra os “gatos”
Para combater as ligações clandestinas, a Eletrobras Distribuição Rondônia realiza campanhas durante o ano para motivar os consumidores a denunciarem os autores dos “gatos”.
A empresa também usa televisão, rádio e outros meios de comunicação para alertar sobre o furto de energia.
Fonte: G1
Fotos: Ilustrativas