Aos 54 anos, a dona de casa Maria Elisa, moradora do bairro Esperança da Comunidade, na zona Leste de Porto Velho, precisa estar pelo menos três vezes por semana no Centro de Reabilitação de Rondônia (Cero), inaugurado há três anos pelo governo estadual, na rua Petrolina, 9960, no bairro Mariana, também na zona Leste.

Ela iniciou o tratamento contra reumatismo e osteoporose no Hospital de Base Ary Pinheiro, foi encaminhada para a Policlínica Oswaldo Cruz (POC) antes da reforma do prédio nas proximidades do HB, e após a inauguração do Cero passou a ser atendida no espaço especializado em reabilitação, o que lhe garante também mais comodidade por atender na mesma região de sua residência. Para aliviar as dores, ela utiliza o forno de Bier.

Outro que também é beneficiado há dois meses pelos serviços oferecidos no Cero é o frentista Sadá Gomes, 36, morador do bairro Ronaldo Aragão, diagnosticado com desgaste no disco da coluna cervical e lesão por esforços repetitivos (LER) nos membros superiores. “O atendimento aqui é muito bom”, disse o frentista, enquanto realizava na coluna terapia por ondas de choque (choque tendinopático) e utilizava bolsa de gelo no braço. Sadá, assim como Maria Elisa, não tem plano de saúde, mas são beneficiados por procedimentos com o uso de equipamentos que em nada deixam a desejar em relação aos utilizados por unidades particulares, conforme eles mesmos revelaram.

Para os pacientes que moram em bairros afastados, é oferecido transporte gratuito em uma van, que faz o traslado da residência ao Cero em horário previamente agendado. “Prioridade é para crianças com deficiência”, observou o diretor Rodrigo Moreira Campos, que também é fisioterapeuta.

Segundo o diretor, o Cero atendeu de janeiro a outubro deste ano a 8.499 pacientes com 36.224 procedimentos realizados por uma equipe de multiprofissionais formada por dez fisioterapeutas para adultos, três fisioterapeutas para crianças, um psicopedagogo, quatro psicólogos, quatro fonoaudiólogos e cinco terapeutas ocupacionais, além do pessoal de apoio, totalizando 53 servidores. Em 2016, foram dez mil procedimentos. “

Dispomos de ampla estrutura, com recepção, consultórios, setor administrativo, sala de estimulação precoce, salões de fisioterapias e o núcleo de meios auxiliares de locomoção”, citou, completando que há capacidade para atender a 250 pessoas por dia, fato que reduziu a fila de espera de sete para dois meses. “Vale destacar que nosso índice de falta é quase zero, pois os pacientes e seus acompanhantes têm consciência de que há pessoas esperando uma vaga”, reforçou.

Rodrigo ainda informou que no período de férias o Cero também atende aos pacientes das faculdades que oferecem cursos na área de reabilitação.

Além do atendimento especializado, a unidade também é responsável pela distribuição de meios auxiliares de locomoção. Neste ano foram doados 92 andadores, 67 pares de bengala canadense, 820 cadeiras de banho padrão, 793 cadeiras de roda, 131 cadeiras de roda para tetraplégicos, 31 cadeiras de roda para obesos, 16 cadeiras de roda motorizadas e 79 pares de muletas auxiliares.

Para o próximo ano, a proposta é que sejam atendidas pessoas ostomizadas (que passaram por uma intervenção cirúrgica para fazer uma abertura para a saída de fezes e urina ou auxiliar na respiração ou na alimentação), reguladas a distribuição de bolsas de colostomia (bolsa coletora de fezes) e instalar uma oficina para manutenção de órteses de punho e tornozelo.

“Nossa missão é prestar atendimento com qualidade em reabilitação e atenção nas áreas de fisioterapia ortopédica, fisioterapia neurológica, terapia ocupacional, psicologia, psicopedagogia e fonoaudiologia em clientes com deficiência transitória ou definitiva, sendo reconhecido em todo o estado como referencia na qualidade do tratamento e atendimento, com valores éticos e humanos. De que adianta termos aqui um grande número de pacientes sem conseguir o que buscam, porque não há pessoas capacitadas?”, indagou o diretor, reforçando que o número de pessoas atendidas não é o que mais importa, mas a reabilitação das que buscam o atendimento no Cero, de responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

Texto: Assessoria/Veronilda Lima

Foto: Daiane Mendonça

 

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