Referência no Estado como unidade laboratorial para análises de agravos humanos e qualidade da água e de alimentos, com base em programas específicos gerenciados pelo Ministério da Saúde, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) de Rondônia tem contribuído com a vigilância em saúde oferecendo serviços importantes para identificação ou confirmação de dados epidemiológicos e ações de vigilância sanitária e ambiental, que servem como subsídio para as vigilâncias sanitárias do estado e municipais, muitas vezes de forma anônima, inclusive servindo de apoio para os laboratórios particulares.
Foi o que revelou a assessora técnica, Ciciléia Correia, juntamente com a gerente técnica Adriana Cristina Salvador, ambas biomédicas; e a gerente da qualidade, farmacêutica-bioquímica Celina Lugtenburg, ao fazer um balanço das atividades realizadas em 2017, quando foi registrado aumento de 14,68% em relação ao ano anterior.
Segundo elas, embora não trabalhe com quantidade, mas investigando de forma mais minuciosa situações de surtos epidemiológicos e de qualidade de produtos nos 52 municípios do estado, o Lacen no ano passado realizou 449.390 entre análises, procedimentos e atividades, como capacitações e implementação de ações, dos quais 17.174 foram feitos pelo Laboratório de Fronteira (Lafron), que serve como suporte na região de Guajará-Mirim, enquanto que em 2016 foram 383.425, sendo 25.136 pelo Lafron.
Do total, pelo menos 99.647 foram análises sorológicas e imunológicas, que representam redução de 5,33% em relação ao período anterior, que foram 104.970; 41.952 foram análises hormonais, um aumento de 49,27% em relação a 2016, quando foram 21.282; 28.213 análises bacteriológicas, micológicas e parasitológicas, contra 18.872 (33,11%); 49.500 amostras de controle de qualidade da tuberculose, hanseníase, leishmaniose e malária, contra 39.911 (21,39%); 2.495 análises de HIV (CD4/CDB), que em 2016 foram 3.046 (-22,08%); 5.877 análises de HIV (Carga Viral), contra 4.342 do ano anterior (26,12%); 2.243 análises de dengue (Elisa) contra 4.640 (-106,86%), entre outros.
Entre as atividades realizadas no ano que passou, que contribuíram para a otimização dos resultados, conforme as técnicas, estão a descentralização das coletas do Lacen de pacientes de outras unidades de saúde; acolhimento de acadêmicos dos cursos de biomedicina e farmácia bioquímica para conhecerem o laboratório e parque tecnológico; distribuição de kits de coletas de amostras fecais para os municípios; produção e distribuição de kit rápido para análise bacteriológica de água para as comunidades ribeirinhas e população carente; distribuição de kit para coleta de coqueluche, difteria e meningite para as regiões de Rolim de Moura, Vilhena, Cacoal, Ji-Paraná e Ariquemes; e investigação de cerca de dez surtos de doença diarreica relacionadas ao consumo de água e/ou alimentos.
“Quando há um surto de doenças ou casos de intoxicação, por exemplo, é a equipe do Lacen que auxilia a vigilância sanitária com os exames laboratoriais, um trabalho que apesar da importância para identificação da causa muitas vezes não é citado”, observaram
Como referência em Rondônia em padrão de qualidade com certificação do Ministério da Saúde, o Lacen é o único laboratório do estado que trabalha com a técnica de Microdiluição em Caldo para Vancomicina e Polimixina, que são antibióticos usados no tratamento das infecções bacterianas. O método foi implementado em 2017 juntamente com a triagem para Cândida auris; aperfeiçoamento de técnicas em microbiologia, aquisição de aparelho para diagnóstico bacteriológico (Clostrodium) a ser implantado neste ano; diagnóstico da febre amarela; diagnóstico de coqueluche, difteria e meningite; entre outros.
Para obtenção desses resultados, o Lacen investiu em treinamentos e atualizações profissionais, com capacitação de dois técnicos em gestão da qualidade, no Lacen do Ceará; um técnico na gestação da qualidade de água e alimentos na Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) em Brasília; um técnico no sistema GAL (Gerenciador de Ambiente Laboratorial) pelo Ministério da Saúde no Rio Grande do Norte; e atualização de paralisia flácida para um técnico, também em Brasília.
Para 2018, a meta é instalar um equipamento mais moderno que substituirá três máquinas em funcionamento atualmente, atuando com mais velocidade e maior capacidade de amostras em análise; promover o interfaceamento do GAL com a automação sorologia e Hospus – Hormônios visando melhorar ainda mais a qualidade; contratar empresa de transporte para garantir o envio de amostras para os centros de referência; aquisição do equipamento de automação Malditoff para identificação bacteriana por peso molecular, que libera resultado em menor tempo; implantação do Sistema de Informação do Controle de Qualidade de Citologia (Siscan); e implantação dos exames: teste de Avidez de IgG para Toxoplasmose, Clostridium por automação (microbiologia), Hantavirus (virose), Criptococose (doença infecciona) e CA 19-9 (marcador tumoral).
Texto: Veronilda Lima/Assessoria
Foto: Jeferson Mota