O detento Jailson Begnini, de 39 anos, faleceu na noite de terça-feira, 16, vítima de pneumonia e o irmão do mesmo registrou um boletim de ocorrência, onde relatou a demora no atendimento à vítima, por parte da diretoria da Casa de detenção de Vilhena.
Segundo o irmão da vítima, que falou com a reportagem do site, na última quarta-feira, 10, este visitou Jailson , que afirmou estar com febre, momento em que comunicou os servidores sobre o estado de saúde do preso e foi solicitado que este comprasse medicamentos, pois não havia na farmácia da unidade. Ainda segundo o denunciante, mesmo levando os medicamentos para o irmão, somente cinco dias depois, a vítima foi atendido por uma equipe médica.
No mesmo dia que Jailson foi medicado, seu irmão relatou ter recebido informações de terceiros, que a vítima novamente necessitava de medicamentos, portanto, foi até a unidade, onde recebeu uma receita fornecida pelo médico das mãos da enfermeira, onde continha nomes de medicamentos ministrados para dores no estômago e vômitos. Medicamentos estes, que também foram providenciados pelo familiar e entregues na Casa de Detenção, porém, na noite do dia 16, uma ligação por parte do diretor, dava conta de que Jailson novamente havia sido levado para o hospital onde veio a falecer.
Segundo o denunciante, a demora no atendimento e a ministração de medicamentos para cortar efeitos sem a apuração das causas, levou ao agravo da doença, que tirou a vida de seu irmão.
Na manhã desta quarta-feira, 17, a reportagem do Extra de Rondônia esteve com Edson Alves, diretor da Casa de Detenção de Vilhena, que apresentou documentos que comprovam que o apenado foi atendido pela equipe da unidade após este ter afirmado que se sentia mal, fato este que seu deu apenas na segunda-feira, 15.
Edson afirmou ainda, que mesmo tendo sido medicado, o detento não apresentou melhoras e na manhã de terça-feira, 16, foi levado até o Hospital Regional, onde novamente foi medicado e liberado pela equipe médica. Já durante a noite, ao perceberem que Jailson ainda não apresentava melhoras, os agentes de plantão acionaram a equipe de escolta, que novamente conduziu o preso até o hospital a fim de que fosse internado, porém, o caso deste acabou se agravando repentinamente levando o mesmo a óbito.
Ainda segundo Edson, a unidade desconhece a referida receita, pois não é obrigação da família providenciar medicamentos para os presos e sim do Estado, por isso não seria comunicado aos mesmos, até porque, a unidade dispõe de farmácia abastecida pelo SUS.
Já com relação ao apenado ter se queixado para o irmão no dia da visita de que não se sentia bem, Edson também afirmou desconhecer tal informação, haja vista, que a vítima só relatou o mal estar cinco dias após, sendo atendido de imediato.
Jailson aguardava julgamento após ter sido preso e indiciado por tentativa de homicídio qualificado em dezembro de 2017.
Texto: Extra de Rondônia
Foto: Extra de Rondônia