No fim da manhã desta sexta-feira, 02, o delegado Núbio Lopes de Oliveira, responsável pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vilhena, concedeu uma coletiva de imprensa, onde discorreu sobre os quatro últimos casos elucidados, referentes aos anos de 2011, 2014, 2017 e 2018.
O primeiro caso apresentado, ocorrido no mês de outubro de 2011, em uma residência localizada na Rua 1713, em Vilhena, trata-se de uma tentativa de homicídio cometida por Adão Carlos Ribeiro, mais conhecido como “Carlinhos”, que na época dos fatos tinha 32 anos, contra um jovem de 21 anos.
Segundo as apurações que levaram ao indiciamento do suspeito, este teria desferido dois golpes de faca contra o jovem, devido ter pegado uma bicicleta emprestada e ter se irritado com a cobrança da vítima, após não ter devolvido o referido veículo.
Adão, que mesmo sendo o único suspeito do crime, aguardou a conclusão do inquérito, que se arrastou por mais de seis anos, em liberdade.
O segundo caso apresentado também trata-se de uma tentativa de homicídio cometido por Everton Pereira Freitas Miranda, de 19 anos, vulgo “Tartaruga” , ocorrido no Rodeio Oba Oba, realizado às margens da BR-174, saída para Juína, no mês de março de 2014.
Na ocasião, Everton desferiu vários golpes de canivete contra um jovem de 20 anos, devido ambos terem tido uma relação amorosa com a mesma garota e ao se encontrarem na referida festa, o suspeito acabou entrando em vias de fato com a vítima, que só não morreu devido ter percebido a ação e conseguido esquivar o corpo dos golpes, sendo atingido apenas nos braços.
Everton também aguardou a conclusão do inquérito em liberdade.
O terceiro caso, que começou a ser investigado como homicídio consumado, referente ao assassinato da jovem Ramicielly Cristina Lopes, de 19 anos, que foi morta com quatro tiros em uma residência localizada no Bairro Embratel, no mês de novembro de 2017, teve uma reviravolta surpreendente nas investigações, após a descoberta de que a vítima possuía um relacionamento homoafetivo com a principal suspeita, o que levou o caso a ser considerado feminicídio, tendo como provável motivação, a passionalidade.
Crislayne Ferreira de Almeida, de 21 anos, mais conhecida como “Jasmin”, desapareceu após a morte de Ramicielly, porém, a jovem que sempre foi considerada como a principal suspeita, acabou sendo presa no fim do mês fevereiro deste ano, em Porto Velho, por planejar a invasão de uma ala prisional juntamente com demais integrantes de uma facção criminosa, com a intenção de matar cerca de 100 detentos de uma facção rival.
A jovem que teve sua prisão preventiva decretada durante o andamento das investigações e que foi presa pela Polícia Militar de Porto Velho em um imóvel onde foram localizadas armas, munições e bananas de dinamite, prestou depoimento sobre a morte de Ramicielle após sua prisão, mas negou o crime e o relacionamento homoafetivo com a vítima.
Já o quarto e último caso, ocorrido em janeiro do ano corrente, em uma casa localizada na linha 155, km 15, próximo ao Rio Vermelho, Gleba Corumbiara, trata-se um uma tentativa de homicídio seguida de incêndio criminoso em residência habitada, cometido por Rodrigo da Cruz Felipe, vulgo “Camelo”, contra uma homem de 28 anos e sua família, composta por esposa e uma filha, ainda criança.
De acordo com as apurações dos fatos, Rodrigo e a vítima ingeriram bebidas alcoólicas juntos durante o dia e após isso, cada um teria tomado rumos diferentes.
Já no início da noite, Rodrigo foi até a casa da vítima e pediu para que este o desse uma carona em sua motocicleta até Vilhena, porém, ao ter o pedido negado, o acusado solicitou o empréstimo do referido veículo, que também foi negado.
Segundo relatos da vítima, ambos os pedidos foram negados devido ele e o suspeito não terem condições de conduzirem um veículo naquelas circunstâncias.
Porém Rodrigo, revoltado, se apossou de uma faca e desferiu vários golpes contra a vítima, que estava deitado em uma rede e não esperava o ataque.
Ao perceber que o marido seria assassinado, a esposa da vítima agarrou a faca que estava na mão de Rodrigo enquanto o marido fugiu do local, o que lhe causou um ferimento na mão.
Não satisfeito, Rodrigo ameaçou a mulher a filha da vítima, chegando a colocar a faca no pescoço de ambas, ateando fogo no imóvel, permitindo apenas que fossem retidos antes, os documentos pessoais da mulher.
Rodrigo, que teve o pedido de prisão decretado devido proferir ameaças de morte contra suas vítimas, mesmo após as atrocidades que cometeu, aguarda o julgamento detido.
Todos os casos apresentados foram encaminhados ao poder judiciário a fim de que os suspeitos sejam denunciados e acusados pelos crimes.
Texto: Extra de Rondônia
Fotos: Extra de Rondônia/Rondônia Notícias