A Índia, com 1,282 bilhões de habitantes, e maioria da população pobre, com diversos problemas econômicos, de infraestrutura e sociais, tomou, no ano passado, uma decisão arrojada: o governo anunciou que retiraria de circulação 84% da moeda do país no prazo de 6 (seis) meses! Para tanto, o governo criou um software e colocou-o gratuitamente à disposição da população, para a movimentação financeira.

A moeda física seria substituída por uma moeda escritural, a qual passaria a ser movimentada exclusivamente via internet, mediante celulares e computadores pessoais. Imagine a grandiosidade deste projeto; as enormes barreiras a serem vencidas; o curto espaço de tempo para implantá-lo; a dificuldade de instruir e ensinar um país inteiro (o segundo mais populoso do mundo), a movimentar a moeda, receber e pagar suas contas de forma digital… Essa decisão representava um enorme risco de caos, e não existia um plano “B”. Muitos testes deveriam ser feitos; o software tinha que ser seguro para as pessoas, empresas, organizações e o governo. Pois bem, o projeto foi levado adiante e concluído com sucesso.

A China, país mais populoso do mundo com 1,4 bilhões de habitantes, também possui inúmeros problemas econômicos e sociais, pobreza, dificuldades de comunicação e transporte, grande extensão territorial etc.. Pois bem, ela resolveu fazer o mesmo. Sua meta era eliminar 90% da moeda física do país, substituindo-a também por moeda escritural. A movimentação, via internet (celulares e computadores pessoais). A China segue firme nesse projeto, fazendo progressos acentuados, junto da iniciativa privada.

Imagine a economia de milhões de dólares anuais, de forma permanente, que esse projeto trará a esses países (deixando de imprimir e controlar o papel moeda dessas gigantescas nações). Imagine os ganhos monetários e financeiros; a diminuição da burocracia; a rapidez e segurança das transações bancárias; o avanço do crédito etc.!

Imagine agora fazer isso no nosso país. Reclamações surgiriam tais como: Mas as empresas de transporte de valores fecharão e gerarão desemprego; e os cofrinhos dos brasileiros desaparecerão; faltará troco para as empresas nas cidades menores e distantes… E a Casa da Moeda? E o perigo dos hackers e a possibilidade de roubos?

A grande lição para todos nós é que a “Quarta Revolução Industrial” (ou Revolução Tecnológica 4.0) está avançando mundo afora, numa velocidade extraordinária, trazendo ganhos expressivos, provocando profundas mudanças de hábitos… Se não fizermos uma rápida imersão no mundo 4.0 o Brasil será excluído, como um mercado, dos Investidores e Agentes Econômicos.

É inadmissível não participar dessa revolução tecnológica. Nosso país precisa de homens públicos com visão; de líderes capazes e íntegros, aptos e à altura da grandeza desses desafios. Que Deus levante entre nós homens e mulheres, autênticos estadistas, com elevado espírito público, capazes de levar nosso jovem país aos limites de sua grandeza e responsabilidade, de celeiro do mundo e pulmão do planeta.

Não há tempo para desperdiçar com crises internas e disputas menores; com leis confusas e injustas; com governantes despreparados e sem liderança moral. Há apenas dois blocos: os “Vencedores” e “Perdedores”; os mercados “Grandes e Modernos” e os “Excluídos”. Convido-o a pensar comigo sobre essa nova realidade !

Texto: Humberto Lago/Consultor Empresarial

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