Um de meus primeiros empregos, após concluir a Faculdade de Ciências Contábeis, foi ser auditor interno de um grande banco de investimentos, com atuação nacional. Para surpresa minha, meu primeiro trabalho foi fazer uma revisão, fluxograma e análise completa de todo o processo de aprovação e concessão de financiamentos.
Foi uma determinação do vice-presidente de operações, porque ele se preocupava se nosso processo era apropriado e seguro, funcional e rápido e não continha erros nem omissões que comprometessem a lucratividade de nossos negócios. Para mim foi uma experiência única e gratificante, que adicionalmente me abriu a visão para os grandes riscos e implicações do mercado financeiro. Assim era lá no Passado!
Entendo que hoje as empresas precisam: 1.-A cada semestre, fazer uma pesquisa de seus preços, condições de venda, margem bruta e líquida sobre as vendas, comparando-os com seus principais concorrentes; 2.-Diminuir a participação no mercado é algo inaceitável; 3.-Partir para a ampliação de seus mercados, voltando-se em especial para a região norte do país, a qual cresce regularmente a taxas superiores à média nacional, e tende a continuar assim. Começou com a madeira, depois pecuária e agricultura.
Logo irá ampliar-se para a indústria e serviços. Este é um processo irreversível, específico do nosso país, com ou sem infraestrutura, porque nossos empresários integram o capitalismo selvagem (onde inexiste medo aos riscos, nem a perigos de qualquer espécie). Existem no país inúmeras oportunidades de novos negócios, as quais estão à espera de empreendedores que se disponham a enfrentar um desconforto provisório (falta de infraestrutura), porém oferecem um retorno do investimento compensador, apesar da crise econômica, da recessão persistente e das deficiências de nossos governos; 4.
Nas últimas décadas a China explodiu, como produtor industrial, e inundou o mercado mundial, devido aos baixos custos de pessoal e impostos. Contudo, o ocidente contra-atacou. E agora o que se vê é que a Alemanha está produzindo robôs eficientes, multifuncionais e competitivos, os quais estão alavancando a produção industrial da Europa. Já se nota o retorno de diversas fábricas da China para a União Europeia, porque a inteligência humana descobriu novas soluções, as quais estão provocando uma nova revolução industrial, liderada pela Alemanha, Irlanda, EUA etc. A China está muito preocupada e começou a comprar fábricas de robôs ocidentais, como forma de reação. Isto é o Presente!
E quanto ao futuro? Como se preparar para enfrentá-lo? Creio que a ênfase deve ser: A.-Investir na competência de Administradores, Gerentes e Funcionários; B.-Ter a capacidade de identificar talentos, de contratá-los e retê-los, de vê-los trabalhar e produzir causando um diferencial em relação aos concorrentes; C.-Colaboradores aptos a trabalhar em tarefas multifuncionais (em vez de especialistas); D.-É preciso inovar e acompanhar a revolução 4.0, a evolução digital e da inteligência artificial; E.-Fazer parcerias e não pretender desempenhar o papel dos bancos e transportadoras; F.-Mantenha-se atento e apto a acompanhar as inovações. Isto é o Futuro!
Na atividade econômica, a mudança é a única certeza. Sobreviverão apenas as empresas inteligentes, rápidas e atualizadas. Só se lance em novos negócios depois de um estudo rigoroso de sua viabilidade. Aprenda a dizer “não” sempre que os novos projetos conflitarem com seu negócio atual ou se não trouxerem retornos adequados. Eu creio nisso, bem como no futuro deste país !
Texto: Humberto Lago/Consultor Empresarial