Na tarde de terça-feira, 23, as professoras Josy Mary da Rocha e Leonira Ofrunã Rodrigues, lotadas na escola municipal “Bianca e Leonardo de Mattos Bezerra”, em Vilhena, procuraram a redação do Extra de Rondônia para denunciarem perseguição e assedio moral por parte das gestoras da instituição de ensino na qual estão lotadas.
De acordo com as educadoras, o drama iniciou após o resultado da consulta para novos gestores escolares. Relembre AQUI e AQUI
As professoras utilizaram as redes sociais para expressarem as opiniões em relação ao “sistema” que não seguiram os critérios do edital.
Ainda, no decorrer do processo de escolha de novos gestores, as candidatas – hoje atuais diretoras nomeadas pelo prefeito Eduardo Japonês (PV) – registraram um boletim de ocorrência (B.O) contra as professoras por injúria e difamação. O processo que corre na justiça.
Temendo represálias, as educadoras solicitaram, via requerimento do secretario municipal de educação Clésio Cássio, intervenção para que não chegassem a esse extremo, pois o lema da sua gestão era “de que os funcionários não seriam perseguidos”.
Ao site, Josy explica que, a partir dessa situação, ela e sua colega passaram a ser perseguidas na escola pelas gestoras.
“No dia 10 de outubro fui comunicada a comparecer numa reunião com o secretário, onde fui surpreendida ao deparar com relatos de colegas de trabalho. Momento esse constrangedor, pois em nenhum momento fui comunicada pelas gestoras de reclamações por funcionários ou pais de alunos. Tanto é verídico que não há nenhum registro interno que desabone minha conduta profissional e ética. Seguido deste relatório também foi apresentado um abaixo-assinados por alguns servidores efetivos e comissionados solicitando a minha disposição da escola. Foi sugerido pelo secretário o remanejamento da minha lotação para outra escola. Me foi imposto um prazo para dar uma resposta positiva caso contrário abririam uma sindicância, dita pelo próprio, ato este que repúdio, pois não passei pelo crivo do artigo 135 da lei complementar 007/96 24/10. Ainda não respondi se aceitarei. Estou no aguardo de uma justificativa por escrito do secretário, para tomar qualquer decisão orientada pelo meu advogado. No momento estou afastada por 90 dias por ter desencadeado um início de depressão devido aos últimos acontecimentos”, disse.
Por outro lado, Leonira relatou que, diante de todos acontecimentos, o mais humilhante foi a confraternização do Dia dos Professores e Funcionários, organizado pela equipe gestora, com direito a homenagens em vídeos por familiares e murais específicos para professores e funcionários. Nos murais, Leonira e Josy foram as únicas professoras que não foram homenageadas.
“Fui surpreendida pela professora Josy, que pediu um minuto para diretora a qual se recusou dizendo que tinha um cronograma a ser seguido. Mesmo tendo a recusa, ela fez uma singela homenagem para mim. Diante da cena, as gestoras não foram profissionais e nem éticas em externar os parabéns a nós, enquanto professoras e funcionárias, lotadas nesta instituição de ensino. Foi deprimente e humilhante”, desabafou.
Em virtude desta situação, as educadoras resolveram entrar com ação judicial contra as gestoras por assédio e danos morais. “Sempre às respeitei e o mínimo que exijo é ser respeitada enquanto profissional. Isso não pode ficar impune”, encerrou Leonira.
O Extra de Rondônia deixa espaço às gestoras envolvidas no caso e ao secretário de educação para eventuais esclarecimentos do caso.
Texto e fotos: Extra de Rondônia