Em uma coletiva de imprensa concedida na manhã desta quinta-feira, 27, o Delegado Núbio Lopes, responsável pela Delegacia de Homicídios de Vilhena, apresentou a conclusão do inquérito de um duplo homicídio ocorrido na manhã do dia 13 do mês corrente, no Bairro Bela Vista, em Vilhena, onde Geovana Assis Costa, de 15 anos foi executada a tiros juntamente com o marido, Abrão Fernandes da Silva, de 29. (Reveja AQUI)

Núbio afirmou que de acordo com setor de investigação da Polícia Civil (PC), juntamente com o núcleo de inteligência da Polícia Militar (PM), que também se mobilizou na elucidação do caso, Geovana morreu apenas por estar na hora e local errados.

O fato da menor ter sido executada com dois tiros na cabeça, tendo as balas ficadas alojadas na base do crânio, contraria a versão apresentada pelo indiciado Wesley do Nascimento de Souza, de 26 anos, que se entregou quatro dias após o crime e alegou que os tiros que mataram a adolescente, foram disparados por Abrão enquanto tentava atingi-lo.

VERSÃO E CONTRADIÇÕES

Wesley alegou ainda, que foi ao local apenas para conversar com Abrão, que vinha o ameaçando por ciúmes de um caso extraconjugal que havia tido com Geovana, momento em que a vítima sacou um revólver calibre 38 e começou a atirar, acertando a esposa, que entrou na linha de fogo.

No entanto, a necropsia dos corpos apontou 15 perfurações à bala no corpo de Abrão, todos com orifício de entrada na região das costas, nuca e parte de traz do crânio, sendo apenas um de raspão em um dos braços, o que leva a crer, que a vítima empreendeu fuga instantaneamente ao avistar Wesley, sendo atingindo sem chances de defesa.

Segundo os autos, após executar Abraão no local onde este caiu, a cerca de 50 metros da residência onde morava, Wesley retornou e executou Geovana, que já havia sido baleada em um dos antebraços ao tentar se defender do agente que já chegou atirando.

A necropsia apontou ainda, que Geovana já estava caída quando recebeu os tiros na cabeça, pois as duas perfurações, que ficaram muito próximas uma da outra, foram efetuadas de cima para baixo.

MOTIVAÇÃO

Quando questionado se Polícia Civil acredita que as motivações do crime são as mesmas apresentadas por Wesley, o delegado afirmou que não, pois Geovana já estava a mais de ano com Abrão, que era muito ciumento e que segundo familiares, a garota além de trabalhar na mesma oficina de motos que ele, não possui aparelho celular e nem sai de casa desacompanhada, não tendo então, tempo para manter um relacionamento extraconjugal.

Ainda de acordo com familiares, Geovana já havia relatado que ambos vinham sofrendo ameaças, mas não quis entrar em detalhes, tendo dito apenas, que tinha ciência de que o marido era o autor de um crime ocorrido em um posto de combustíveis, onde um vigilante chamado Edson foi executado a tiros. A PC ainda não conseguiu provar a participação da vítima no caso, mas afirma que há indícios de seu envolvimento. (Reveja AQUI)

EMBOSCADA

De volta ao crime, Núbio afirmou que o núcleo de investigação chegou a Wesley, devido às câmeras desse segurança de residências vizinhas, terem registrado o veículo que o mesmo usou para chegar ao local por volta das 05h30, e onde aguardou as vitimas até que estas saíssem para trabalhar.

Os investigadores levantaram que no dia anterior, o casal e o agente estiveram juntos na mesma roda de tereré, devido Wesley e Abrão já se conhecerem por terem atuado juntos como seguranças de eventos particulares. Foi descoberto também, que naquela tarde, Wesley pegou uma motocicleta emprestada de uma terceira pessoa, que também estava no local e seguidamente a emprestou para o proprietário do Fiat Uno que uso no crime.

De acordo com Wesley, que apresentou um revólver calibre 38 como sendo a arma de Abrão que ele havia tomado para terminar de executá-lo, a pistola com a qual ele chegou à casa das vítimas, foi vendida para alguém cujo nome ele não se lembra. Núbio afirmou que não foi provado que a vítima portava uma arma, podendo o atirador já ter chegado ao local com as duas.

O exame de balística ainda não foi concluído, motivo este pelo qual ainda não foi comprovado se Wesley matou Geovana com a arma dele ou com a que supostamente pertencia a Abrão.

CONCLUSÃO

Por fim, Wesley , que se encontra preso na Casa de Detenção onde aguardará julgamento, foi indiciado por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, mediante emboscada e por tentativa de dificultar as investigações, uma vez que foi concluído que Geovana não tinha envolvimento nos motivos que o levaram a praticar o crime, tendo sido morta apenas por ter testemunhado a ação.

 

Texto: Extra de Rondônia

Foto: Rede Social

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