O advogado paulista Mario Ottoboni, que teve atuação de destaque em projetos de ressocialização em presídios no Brasil, faleceu na madrugada desta segunda-feira, 14.
Ele estava internado com quadro de infecção pulmonar e problemas cardíacos em São José dos Campos/SP.
Formado em Direito, Ottoboni foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) por criar a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) e foi autor de mais de 30 livros.
Por esse sistema, os próprios detentos se tornavam responsáveis pela recuperação. Mais de 100 unidades prisionais seguindo essa filosofia foram abertas no Brasil e em mais de 18 países, como Alemanha, Estados Unidos e Inglaterra.
Os modelos adotados por Ottoboni também foram implantados na região norte, incluindo Rondônia, nas cidades de Ji-Paraná e Vilhena.
Weslaine Amorim, presidente da APAC em Vilhena, lamentou a morte do advogado.
“Foi o maior idealizador de humanização nos presídios brasileiros e vinha lutando há anos na implantação das APAC no país. Seu maior objetivo era ‘matar’ o criminoso e salvar o homem. As APACs são instaladas nas comarcas quando é firmado um acordo com a Vara de Execução Penal (VEP) pois esta associação busca a efetiva ressocialização do preso. Em Vilhena, a implantação caminha em passos largos, com sede administrativa na avenida Tancredo Neves n 4252 e o terreno que foi doação do Estado para construção do novo presídio. Através dos sócios voluntários e natos, externarmos nossos sinceros sentimentos pela perda do grande líder incentivador desta magnífica causa de ressocialização”, disse Amorim, informando, em tempo, que a entidade precisa de voluntários.
Ela explicou ainda que, antes de morrer, Mario Ottoboni deixou a seguinte mensagem para Valdeci Ferreira, coordenador geral da APAC, localizado em Itaúna (MG).
“Lutei até onde foi possível e agora sinto necessidade de parar para descansar. A idade foi barrando meu entusiasmo e Deus pediu-me prudência. Agradeço a Deus tanta confiança e a você e aos companheiros que irão continuar socorrendo os pecadores arrependidos e acolhidos pelo Pai Eterno. Deus nos concedeu a vida para sermos vencedores. Fui, você sabe, muito perseguido e humilhado, mas venci os momentos difíceis porque Deus não me abandonou. Agora preciso descansar. Não deixarei de estar espiritualmente em orações com os apaqueanos, e onde estiver, estarei solidário com os irmãos de fé. Tudo na vida passa, menos o amor que supera o tempo na eternidade. Abraços”
Texto: Extra de Rondônia
Foto: Divulgação (Portal Araxá)