Metade das usinas termelétricas de Rondônia – que geram energia mais cara – será desativada até 2021, seguindo um plano de investimentos de R$ 428 milhões da Energisa na distribuidora Ceron.
O projeto, que prevê a ligação das cidades atendidas por esses sistemas isolados ao Sistema Interligado Nacional (SIN), beneficiando mais de 70 mil clientes em 10 municípios, foi apresentado ao governo do estado na semana passada pela direção do Grupo Energisa.
Com a desativação de 13 das 25 térmicas do estado, a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) terá uma redução de mais de R$ 200 milhões por ano. Trata-se do encargo pago por todas as distribuidoras de energia elétrica do país para subsidiar os gastos com abastecimento de áreas atendidas por sistemas isolados. Serão menos 86,6 milhões de litros de combustível usados na geração de eletricidade anualmente.
Uma das principais melhorias previstas para o estado diz respeito à confiabilidade da energia. Enquanto os sistemas isolados dependem de uma única fonte de geração, no caso, a usina termelétrica, as regiões interligadas ao SIN são abastecidas por diversas usinas, como hidrelétricas e eólicas. Isso significa que, se houver algum problema com alguma dessas unidades, as outras conseguem suprir o fornecimento, evitando apagões.
As obras incluem a construção de 849 km de linhas de transmissão e distribuição e 22 novas subestações, divididas em três blocos, nas cidades de União Bandeirantes, Alvorada do Oeste, Buritis, Campo Novo de Rondônia, Costa Marques, Cujubim, Machadinho, São Francisco do Guaporé, Vale do Anari, além de Vila Extrema, Vista Alegre do Abunã e Nova Califórnia, distritos de Porto Velho. Ao todo, a capacidade instalada será de 277 MVA.
O diretor-presidente da companhia, André Theobald, destaca os efeitos positivos da interligação dessas áreas. “Essas regiões apresentam muitos problemas de fornecimento de energia e são supridas por usinas termelétricas a óleo diesel, que têm um custo mais alto e não conseguem ampliar a oferta para novas cargas. Com esses investimentos, vamos interligar várias cidades e atender a uma demanda reprimida por energia que tem travado o desenvolvimento econômico da região, garantindo um fornecimento mais confiável e contínuo aos clientes”, destaca Theobald.
No Bloco I, serão investidos R$ 165 milhões nas localidades que margeiam a BR-429 e a região de Chupinguaia. Desse montante, R$ 109 milhões serão empregados na construção de linhas e R$ 56 milhões, em dez subestações. Já no Bloco II, na região de Machadinho do Oeste, serão construídas quatro subestações, que já estão em processo de análise e contratação. O Bloco III, por sua vez, contempla a construção de onze subestações na Ponta do Abunã e na região de Buritis.
Parte dos valores investidos nessas obras faz parte do pacote de R$ 470 milhões de investimentos que a Energisa fará na Ceron, que também abrange a ampliação e modernização dos sistemas, a capacitação de equipes, a ampliação do atendimento e da logística na região e a melhoria dos canais de atendimento ao cliente. Além dos investimentos previstos, a Energisa já havia aportado cerca de R$ 254 milhões em 2018 para regularizar dívidas e melhorar a saúde financeira da concessionária.
Sobre o Grupo Energisa
Com 113 anos de história, o Grupo Energisa é um dos maiores do Brasil em distribuição de energia elétrica. Uma das primeiras empresas a abrir capital no Brasil, a companhia controla 11 distribuidoras em Minas Gerais, Paraíba, Rio de Janeiro, Sergipe, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, São Paulo, Paraná, Rondônia e Acre. O Grupo atende a 7,7 milhões de clientes — o que representa uma população atendida de quase 20 milhões de pessoas, em 862 municípios, em todas as regiões do Brasil. Com receita líquida anual de R$ 15,5 bilhões (ano 2017), o grupo gera aproximadamente 16 mil empregos.
Com a missão de transformar energia em conforto, desenvolvimento e oportunidades de forma sustentável, responsável e ética, a Energisa atua com um portfólio diversificado que engloba distribuição, geração, transmissão, serviços para o setor elétrico (Energisa Soluções), serviços especializados de Call Center (Multi Energisa) e comercialização de energia (Energisa Comercializadora).
Autor: Marçal Pedroso Barbosa
Foto: Divulgação