“A vacina é mortal.” Ou “essas doses já mataram milhares. Ou ainda: ”não vacine seus filhos. É um risco.” São absurdos como esses que criminosos, psicopatas e doentes sociais estão divulgando pela internet – Face Book, Watts App e outras formas – mentindo para pais desavisados, que acreditam em tudo o que lhes chega, sem checar a veracidade.
E acabam colocando milhões de crianças sob grave risco de doenças. Algumas doenças, aliás, estão voltando, mesmo depois de serem considerados extintas no Brasil, como o sarampo, que pode matar ou como a poliomielite, que pode significar uma pessoa ficar aleijada para toda a vida, caso não seja imunizada. Claro que há outros motivos como as grandes distâncias a serem percorridas até locais de vacinação e até a absoluta ignorância, mas a verdade é que, desde que informações criminosamente falsas abundam a internet, os percentuais de crianças vacinadas têm caído drasticamente em algumas regiões do país.
Entre os estados com menor cobertura vacinal, estão o Rio de Janeiro, com apenas 36,27 por cento do público-alvo vacinado para pólio e 37,62 por cento para sarampo e o Pará, que com 41,04 por cento para pólio e 41,04 para sarampo (os números são do último quadrimestre do ano passado). Só para se ter ideia da gravidade da situação em algumas regiões do Brasil (Rondônia, aliás, é exceção), nas redes sociais foram localizados grupos com quase 15 mil pessoas, divulgando e compartilhando essas e outras Fake News. Publicam e disseminam, sempre, informações infundadas, mentirosas, apelativas e assustadoras.
Elas têm crédito num público menos informado e que acredita em tudo o que vê nas redes sociais, além de compartilhar e transmitir a informação sem saber, claro, que ela é falsa. Tanto a Sociedades Brasileiras de Pediatria, quanto a de Imunizações e a de Infectologia, assinaram conjuntamente um manifesto que alerta para o risco de reintrodução da poliomielite e do sarampo no Brasil. “Diante do quadro atual, há necessidade da união de esforços de todos para a manutenção do país livre dessas doenças. As coberturas vacinais ainda são heterogêneas no Brasil, podendo levar à formação de bolsões de pessoas não vacinadas”, destaca o documento.
Felizmente, aqui em Rondônia, o problema, ao menos até agora, foi bem menor, As taxas de vacinação foram bastante altas (88,89 combate à poliomielite e 82,58 contra o sarampo), a tal ponto de que nosso Estado se coloca em primeira lugar no ranking nacional, em termos de imunização das nossas crianças. São mais de 106 mil delas, na faixa etária das vacinas e quase 92 mil foram imunizadas contra a pólio e outras 93 mil contra o sarampo. Mas o risco também existe aqui, como em todo o país. As Fake News que dominam as redes sociais, podem causar milhões de doentes e milhares de mortos e deficientes, caso não sejam contidas com urgência. Cadeia para esses anormais!
MAIS UM PREFEITO CAI
Mais um prefeito que voa do cargo, por questões legais e políticas. Sem qualquer apoio na Câmara de Vereadores, o prefeito de Candeias do Jamari, Luis Ikenouchi foi afastado, por sete votos a favor e apenas um contrário, por pretensas irregularidades na sua administração. Por trás disso, uma guerra política na pequena cidade que não sai do lugar, porque ao invés de haver preocupação com seus graves problemas, suas lideranças vivem às turras, guerreando por espaço e quebrando o pau, em nome do poder.
Ikenouchi era vice prefeito do assassinado Chico Pernambuco. Assumiu e, sem jogo de cintura, tentou se impor, sem muito diálogo e sem dar ouvidos aos opositores. Deu no que deu. Ele ainda tem muitos caminhos jurídicos para tentar se safar, mas sem apoio dos vereadores e, ainda pior, com apoio pífio da comunidade, as suas chances diminuem muito. O lado positivo é que a democracia impõe essas coisas.
O negativo é que todos os Executivos que não souberem dialogar e se abrir a conversações políticas , podem ficar reféns dos parlamentos. Se não tiverem uma convivência pacífica, estão ferrados. Ou seja, negociar é preciso e isso continua sendo uma das mais importantes bases da boa convivência na política. Foi o que aconteceu em Candeias, Agora, se Ikenouchi não conseguir reverter a situação na Justiça, Candeias terá nova eleição em 60 dias.
GARÇON É SEMPRE LEMBRADO
Com a mudança da situação em Candeias, podem mudar os planos do prefeito Hildon Chaves também. Ele estava esperando um OK do ex deputado federal Lindomar Garçon, para que assumisse a secretaria dedicada ao turismo e economia da Prefeitura. Garçon, aliás, já estava colaborando muito com o governo municipal em Porto Velho, tanto que, mesmo depois de ter deixado de ser deputado, conseguiu ainda a liberação de mais de 30 milhões de reais em emendas da bancada federal, pelo seu ótimo relacionamento pelos gabinetes de Brasília.
O que pode acontecer agora é que, caso se efetive não só o afastamento como a cassação do prefeito de Candeias do Jamari, haverá nova eleição para um mandato tampão de dois anos, com possibilidade de reeleição. Duas vezes prefeito de Candeias, onde suas administrações são lembradas com saudade pela população, Garçon pode entrar na briga e tentar voltar a comandar seu município. Claro que ele não fala sobre o assunto, até porque há ainda um longo caminho até que a situação de Ikenouchi se decida em definitivo, mas Garçon poderá sim topar o desafio, caso ele se apresente, mais adiante. Por vias das dúvidas, não vai assumir secretaria em Porto Velho.
GOVERNO QUER EMPRÉSTIMO DE 30 BI
A primeira reunião da Assembleia Legislativa, depois de formadas as comissões (entre elas, uma considerada entre as mais importantes, a de Constituição e Justiça, que será presidida pelo reeleito Adelino Follador), foi intensa, com muitas propostas, discursos, pedidos de providências. Os deputados, tanto os novos quanto os veteranos, sob o comando do presidente Laerte Gomes, demonstraram que estão a fim de muito trabalho e de propor debates que representem melhorias para o Estado.
Um dos projetos mais complexos, que começou a ser discutidos, mas certamente ainda o será por longo tempo, é o de um empréstimo de 30 milhões de dólares, junto ao BID, Banco Interamericano de Desenvolvimento, para execução de um projeto de modernização da gestão fiscal de Rondônia. A proposta é do Executivo e representa, em valores de hoje, 112 milhões e 500 mil reais. O assunto será discutido pelas comissões com equipes do Governo, para que o assunto seja detalhado. Uma primeira reunião entre parlamentares e representantes do Executivo foi agendada para 19 de março. Certamente o tema merecerá grandes debates, porque é muita grana em jogo.
A BANDA AGORA É PATRIMÔNIO
Enfim, uma homenagem das mais justas à Banda do Vai Quem Quer. Com aprovação unânime da Câmara de Vereadores da Capital, através de projeto de autoria do vereador Marcelo Reis, ela se tornou Patrimônio Cultural de Porto Velho. Fundada pelo inesquecível Manelão, uma figura que vai permanecer para sempre na história da sua cidade, a Banda sai às ruas no Carnaval, levando atrás de si mais de 100 mil pessoas.
Já levou até mais. A filha de Manelão, Sicilia Andrade, a Siça, dá sequencia ao que o pai criou, inovando todos os anos, reunindo famílias e amigos de todos os recantos de Porto Velho e de muitas outras cidades, que vêm à Capital apenas para participar do maior bloco de rua e da região norte do país. A Banda desfilou pela primeira vez em 1981, criada nos moldes da Banda de Ipanema, do Rio de Janeiro, depois de uma conversa de boteco com Manelão, Silvio Santos e outros carnavalescos. Saiu a primeira vez com 500 pessoas, mas quando voltou ao ponto de origem, já eram 5 mil. Desde 2011 ela sai sem seu fundador e principal figura, mas nesses oito anos, Siça tem dado sequência a um movimento cultural inigualável. A Banda desfila, nesse sábado, dia 2, com sua multidão e agora com o título de Patrimônio Cultural da sua cidade.
PROFESSORA PROTESTA
Uma professora, que infelizmente não se identificou, criticou comentários nessa coluna, pulicados na semana passada, sobre o número de seus colegas que está fora da sala de aula em Rondônia e o exagero dos atestados médicos. Como a opinião dela deve ser a de muitos outros mestres, abre-se o espaço para suas considerações. Escreveu: “bom texto esse da Educação, só que esqueceu de colocar na soma, dos professores readaptados, que por motivo de doença, local de trabalho desgastante, falta de lei e regras, falta de amparo, falta de motivação, e principalmente pela desvalorização da classe, é que estão doentes.
Somos tratados como uma classe que deve ser oprimida porque somos capazes de mudar a ideia de um simples eleitor. Lamentável que não abra um parênteses pra colocar isso. A matéria só deixa claro que o professor não quer uma sala de aula, mas não expôs o verdadeiro motivo. Claro que tem sim os apadrinhados, mas não são a maioria. Agora, professores doentes, estes são sim a maioria dos casos. Só pra completar: o Governo abre esse emergencial para adoecer os que ainda restam em salas de aulas, porque o salário não é suficiente. Aí ele tem que pegar mais contrato. Com relação aos que ficam com outras disciplinas, para não ir para outras escolas, é pelo mesmo motivo: não ganham o suficiente pra atravessar uma cidade para dar aula. Acaba saindo do bolso do próprio professor.”
MANTENDO O QUE FOI ESCRITO
Há um equívoco na análise da professora, que precisa ser esclarecido. A coluna jamais se insurgiu contra a classe, contra os que realmente trabalham, dão duro, sofrem, muitas vezes , com as péssimas condições de trabalho; que são agredidos por alunos canalhas, jamais são punidos. A coluna nunca deixou de protestar contra os salários vergonhosos dos professores, que vivem à míngua, enquanto muitos políticos, entre aqueles que decidem sobre os salários dos mestres, por exemplo, só enriquecem. O que se criticou – e o que foi escrito está mantido – é o uso da malandragem, da indecência, de doenças falsas e fugas das salas de aula usando artifícios imorais.
Pena que a professora, que fala em nome da sua categoria, não tenha protestado, por exemplo, contra colegas seus que apresentam atestados de doença falsos e, ainda durante a distância dos seus locais de trabalho publicam fotos nas redes sociais, fazendo festa, viajando para a praia ou mostrando sua força e vitalidade com a prática de montanhismo. A crítica aqui publicada foi contra esses malandros, jamais contra os que dão duro e enfrentam, no dia a dia, um sistema de ensino que está longe do discurso entusiasmado de muitas autoridades.
O QUE HÁ DE ERRADO EM CANTAR O HINO?
Ensinar ideologia de gênero nas escolas, podia. Professor xingar aluno, na frente de todos, porque ele defendeu Jair Bolsonaro, podia. Aceitar que a maconha corresse solta dentro dos campus universitários; que alunas seminuas percorressem pátios escolares; que estudantes fizessem o que bem entendessem nas suas escolas, sem que fossem reprimidos, tudo podia.
Podia levar criança a Museu para andar de mãos dadas com um homem nu. Só não podia, por exemplo, professor incentivar aluno a admirar os símbolos nacionais. Cantar o Hino Nacional nas escolas, então, era coisa de milico. Por isso compreende-se muito bem a gritaria geral da esquerda, principalmente pela grande mídia, liderada pelo jornalismo parcial da Rede Globo, contra o pedido do MEC para que crianças sejam incentivadas a cantar o Hino nas escolas e que as filmagens sejam encaminhadas ao site do Ministério.
Isso sim é um crime inominável, que deve ser combatido. Esses vagabundos, que adoram bandeiras vermelhas e ignoram os símbolos nacionais, têm que entender que perderam a eleição, que são detestados pela grande maioria dos brasileiros, eles e sua ideologia. Portanto, que se ignore esse esforço de tirar o mérito do pedido do MEC. Para não dizer que não houve erro na medida, houve sim! Tem que se desculpar e tirar de imediato da comunicação às escolas, a frase de campanha usada por Bolsonaro. Isso sim, está totalmente errado No resto, nota dez para o MEC.
PERGUNTINHA
Você aí, que dorme abraçado com sua conta de energia, imaginando de onde vai tirar dinheiro para pagar a quantia absurda que está nela, ainda acredita que alguém vai ajudá-lo e mudar essa cobrança pornográfica?
Texto: Sergio Pires
Foto: Ilustração