O clube com “Sotaque Espanhol” no campeonato rondoniense. Assim pode ser considerado o Vilhenense Esportivo Clube, time representante da cidade “Portal da Amazônia” na competição estadual, que tem no elenco a participação de dois jogadores internacionais.
Trata-se do venezuelano Alexander José Rondón e o colombiano Junior Moreno.
A reportagem do Extra de Rondônia entrevistou os “gringos” e ambos contaram um pouco da sua trajetória como jogadores de futebol e a sua chega ao “Leão do Portal”
FUTEBOL NO SANGUE
Alexander Rondon, que é centroavante, tem 19 anos, nasceu na cidade de Cumaná, capital do estado de Sucre, na Venezuela. Disse que o gosto pelo futebol vem de família, através do seu pai, Alexander Rondón Heredia, que era atacante de um dos principais clubes da Venezuela, da seleção, e teve passagem pelo São Paulo (SP).
“Meu pai é minha inspiração; buscou sempre me espelhar nele para crescer no futebol. Ele causou emoção e alegria aos torcedores nos clubes que atuou e, principalmente, na seleção do meu país”, enfatizou.
Lembra que começou sua carreira em sua cidade, na categoria de base no clube “Vino Tinto” e depois no “Titanes Azules”, equipe que jogou a segunda divisão do campeonato venezuelano.
Porém, insatisfeito com futebol limitado no seu país, pediu para o pai intermediar um teste no Brasil, no clube de futebol “Almirante Barroso”, na cidade Itajaí, em Santa Catarina.
Ao chegar à cidade, e após o teste, Rondon acabou ficando, porém o treinador Catarinense sugeriu que ele fizesse uma avaliação com o professor Tiago Batizoco, em Vilhena (RO).
“Assim que recebi a notícia que passei no teste, o professor Tiago me pediu para agilizar minha documentação, porém minha inscrição no clube acabou atrasando o prazo e só poderei estrear na equipe sub-20, em torneio que inicia em outubro em Rondônia” salientou.
O centroavante relata que se adaptou rápido ao clima e a cultura de Vilhena, tendo apenas um pouco de dificuldade para entender e falar português. Entretanto, ressalta que está feliz com o carinho dos colegas e assistência que o clube tem oferecido desde que chegou.
Rondon confessa que sente saudades da família e sabe que a situação no seu país não está boa devido à crise política/econômica, mas garante que mantém contato com seus pais através das redes sociais. “Sei o quanto é importante o apoio afetivo da minha família. Porém, procurou não me apegar a essas coisas, e sim focar no meu sonho de continuar jogando futebol e chegar a vestir a camiseta ‘vino tinto’ da seleção do meu país”, finalizou.
EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL
Por sua vez, Junior Moreno, que é atacante e tem 22 anos, nasceu em Rio Haucha-Guajira, região caribenha da Colômbia. Relata que iniciou a jogar futebol com 13 anos, quando se mudou a Medellín para jogar nas categorias da base do Envigados Futebol Clube, time que revelou jogadores do quilate de James Rodrigues e Fernando Quinteros.
No clube, Junior disse que ficou jogando até os 15 anos e depois ficou um ano treinando para ir no México, onde assinou um contrato por quatro anos na equipe Querétaro Futebol Clube.
Com o fim do contrato no clube mexicano, Junior explica que o ex-gerente de futebol do VEC, Diego Talim, entrou em contato com ele e o perguntou se tinha interesse de jogar no Brasil, mais especificamente no Vilhenense. Sem pensar duas vezes, o colombiano aceitou.
Assim que chegou no Centro de Treinamento do “Leão do Portal”, Moreno conta que foi bem recebido pela equipe técnica e colegas. Ao principio teve dificuldades de entender o idioma. “Cheguei ao clube sem entender nada de português e era complicado assimilar o que o professor Thiago explicava nos treinos. Mas Rondon e alguns colegas que entendiam um pouco de espanhol me ajudavam”, enfatizou.
Junior salienta que não teve dificuldades de se adaptar ao clima de Vilhena. “Já andei em vários países e me adapto muito rápido a novos ambientes. A única coisa que sinto saudades quando vou morar em uma cidade nova é o arroz com camarão da minha mãe”, admite.
Moreno finalizou dizendo que, apesar de ainda não ter estreado no Vilhenense, está focado nos treinos para quando chegar a oportunidade de entrar em campo. “Estou aguardando a hora do professor Thiago me dar uma chance de jogar. Estou firme no meu projeto, no meu sonho de jogar futebol e poder representar a seleção do meu país”, complementou.